A valsa lenta, deliciosa e até charmosa da família Cortês, mais precisamente as peripécias de nossa escritora fantasma, revelam-se agora mais expostas e mais integradas na vida parisiense, mas sempre sem dar muito nas vistas, já que a mãe, escritora, irmã e mulher, é um misto de sensibilidade e mistério que enreda muito bem todas as histórias que se vão passando.
Quem sabe esta valsa é mais um tango ou um pasodoble já que traição, mentira, hesitação e intensidade exigem uma coreografia mais arrojada. Talvez até uma dança ao género de um policial que se espalha ao longo de um romance, esse sim, lento como uma tartaruga, um romance em que a protagonista vive com o cunhado e que é sem dúvida arrebatador e consumado entre um peru de natal e um fogão escaldante! ;) Para mim, a melhor parte de todo o livro, especialmente pela forma teatralizada com que a autora nos consegue fazer vivenciar a sua própria fantasia e conto de fadas.