quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Opinião :: "Pecado" de Sylvia Day

Eu tenho lido Cheryl Holt, Jess Michaels ou Kate Pearce e consigo apontar, pelo menos, um livro preferido de cada uma destas autoras mas agora li Sylvia Day e não consigo dizer qual delas é a minha preferida. Tenho efectivamente de juntar "Pecado" aos livros TOP da minha estante. Este é um daqueles que me apetece emprestar a todas as minhas amigas com a simples nota "LÊ! Vais adorar!"


A escrita de Sylvia seduz-nos, amarra-nos e deixa-nos completamente exaustas no final, talvez por ficarmos horas esquecidas a ler enquanto nos embrenhamos mar, alma e coração a dentro com a história de Jessica e Allistair.
Quando os conhecemos, a atingir a maioridade, ela estava prometida a um bom partido e ele, o quatro em linha sucessão do título familiar, já era considerado um pedaço de mau caminho e um homem que aceitava qualquer desafio pela aventura e pelo proveito de ganhar a aposta com os amigos.
Mas embora fizessem os possível por manter distância entre ambos, bastou um único momento para que duas almas se interligassem. O que seria uma cena pecaminosa e chocante tornou-se num despertar, numa tomada de consciência afogueada, uma troca de olhares que marcaram para sempre Jessica e Allistair.
Mas a distância consciente era a melhor decisão que podiam tomar e sete anos passaram desde esse dia, desde a última vez que se viram, desde aquele momento voyeur no bosque.

Jessica, agora viúva, viveu um bom casamento com o Lord Tarley, um pouco devido àquela noite no bosque que lhe despertou os sentidos, que a fez abrir a alma e o coração ao esposo. Mas com a sua súbita morte por doença, da qual Jessica tem feito luto no último ano, vem a herança em terras distantes, na Jamaica, e a qual a nossa heroína pretende gerir localmente.
E como o destino trabalha por sinuosos caminhos, a pessoa encarregue de a levar ao seu destino é nada mais nada menos que Allistair, agora imponente comerciante e detentor do Acheron, o barco que levará Jessica até ao seu futuro.
E é a bordo do Acheron que se traçam as novas linhas da vida de Jessica. O encontro inesperado com Allistair, a percepção do peso que aquele momento teve na sua vida e o quanto está perdida de dor pela morte do marido mas inegavelmente interessada neste homem sedutor que lhe ocupa a cabeça e que a vai acompanhar nesta viagem até ao outro lado do mundo.
O jogo de sedução que se inicia entre os dois é devastador. Seguem-se dias inebriados de desejo e vinho tinto para nos contar o que é, talvez, das histórias mais interessantes que li deste género.

"Que par faremos os dois. A viúva perversa e o libertino reformado"

A história progrediu num doce balanço, ao sabor do mar que serve de caminho à perdição traçada para Jessica e na qual ela vai embarcar completamente rendida, com corpo e mente à mercê de Allistair.
Mas duas vidas tão diferentes, têm um longo caminho a percorrer até que surja o momento certo para se unirem, para quebrarem as convenções sociais e proclamarem em público o que está bem vivo no privado.

À medida que ia lendo as primeiras dezenas de páginas percebi as saudades que tenho de um romance de época carregado de momentos sensuais e personagens de uma era distante mas com os quais nos sentimos tão próximos. Não só de Jessica e Allistair mas igualmente dos personagens em segundo plano. Com a viagem de Jessica para Jamaica, ficam em Londres a irmã e o ex cunhado e o que se passa em terras de Sua Majestade tem a dose ideal de magnífico, trágico e desafiante.

"Eu evito especular sobre as possibilidades do passado. A vida é o que é. Fazer o melhor que se pode toma-nos bastante energia. É inútil desperdiçar-se qualquer esforço a lamentar o que não pode ser alterado"

Duas histórias numa só, muitos passados que nos ensinam que não devemos julgar as pessoas pela aparência. Por detrás de cada decisão que temos hoje estão os anos e os eventos que nos pesam nos ombros. Alguns de nós seguem mais leves, outros mais carregados mas que haja momentos em que a carga nos é aliviada e podemos levitar, mesmo que seja por entre os lençóis, nos braços de um amante, entre suspiros e promessas de prazer.

Boas leituras, boas férias, bons pecados!

Uma leitura com o apoio

NOTA: Este livro tem princípio, meio e fim. É um livro único, em mais que uma maneira.No entanto, fiquei curiosa de ler "The Stranger I Married"

Créditos Fotográficos :: Neusa do Vale Photography

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Comecei a ler...

Depois de ter devorado "Delirium", começo a semana na praia a ler "Antes de vos deixar".
Assim como o mais recente livro de Lauren Oliver, também este me cativou com uma única frase:

"E se este fosse o último dia da tua vida?"

A metade colorida está de férias...podia ficar assim até ao meu aniversário.
Boas férias e boas leituras :D

Uma leitura com o apoio

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

INVISÍVEL, de James Patterson e David Ellis - Opinião

Invisível é coisa que James Patterson não consegue ser. E felizmente!

Se existem policiais a um ritmo delirante e com crimes que roçam o hediondo, já para não falar de cenários reveladores e denunciantes, que expõem os podres da sociedade em geral, Patterson é exímio em combinar estes três traços e sempre sem cansar ou entediar o leitor.

Nada é colocado que se considere supérfulo. Patterson e respectivos parceiros de escrita querem entreter, mas mais que tudo querem alimentar o ávido leitor, que anseia por livros empolgantes.

Este Invisível é totalmente empolgante, desde o primeiro pesadelo, desde as primeiras linhas... até ao último delírio, ao último suspiro e ao derradeiro "Sim!"

São geniais, os contornos arrepiantes que este thriller consegue traçar. Experienciamos o transtorno de Emmy, ainda no rescaldo da morte da irmã, e será rescaldo enquanto não consumar o seu suposto delírio. Emma Dochery ou a Emmy de Books, Harrison Bookman, o livreiro de modos gentis, um intelectual com perspicácia minuciosa e ex inspector. Ex. analista de informação é o que Emmy também é, mas deixemos essas explicações para quem ler.

Explico apenas que Invisível é e será mesmo o livro, pelo menos na secção dos crimes, O livro do verão! E não podia deixar de o ser. A ameaça é tenebrosa e sórdida e à medida que os incêndios vão acontecendo e o FBI vai acreditando e permitindo a Emma que os causos sejam revistos e analisados de perto, os contornos sórdidos e desumanos vão traçando uma linha de franca demência. O assassino especula os maiores níveis de dor possíveis de serem experimentados. A tortura é descrita com intensidade e sem esconder nada ao leitor. É arrepeiante e deve ser a única vez que apetece fechar o livro. Bem talvez apeteça numa outra, quando se revelam pormenores, igualmente bizarros de um outro criminoso, levantando já o véu para uma possível continuação, onde Books e Emmy podem voltar a trabalhar em conjunto.

O cepticismo inicial do FBI, essencialmente do apalhaçado Dick é corroborado pela perícia e profissionalismo da patologista forense Olympia Janus que explica a forma bem macabra das "intervenções" que o assassino faz nas vítimas, isto antes de as tornar vítimas de incêndio. A atitude patológica aqui descrita está ao nível de um Hannibal. É realmente chocante e o detalhe é bastante visual. Extremamente bom, é como se todo o enredo fosse exacerbado por aquele relato de extrema violência. E a partir daí já não restam dúvidas.

Todo o livro tem cenas quase que de culto à violência. Uma violência que não se esconde nas entrelinhas, não há vergonha nem cuidado para não ferir susceptibilidades. Está feito para arrepiar e dar vontade de fugir, mas o ritmo e as revelações não se perdem em delongas e o leitor não conseguer resistir.

Se os crimes tem toques de Hannibal, as personagens também me fazem lembrar alguns actores de séries do género. Para mim, Emma é sem dúvida, Debra Morgan. Já o charmoso Books tem traços para ser interpretado por Clive Owen, com charme, timidez e ar alucinado o suficiente para se transformar de um intelectual livreiro num investigador fustigado pelas insónias. Já a lindissima Kelli Williams poderia bem assumir o papel da médica legista... e fico-me por aqui para não minar o vosso imaginário de personagens.

INVISÍVEL é O livro do Verão!
Ficam algumas das nossas fotos para a campanha de Brand Activition ;)












Na próxima quinzena há mais locais por onde o Invisível vai passear, ser lido e mostrado.
Boas leituras e boas férias.

Uma leitura com o apoio TOPSELLER.
Veja mais da campanha de promoção do livro aqui.


sábado, 16 de agosto de 2014

Novas leituras no Sudoeste Alentejano

A metade mais negra e o caracol continuam a percorrer os caminhos de Portugal, desta vez rumo à Costa Vicentina.
Ela lê "Uma Espia na Casa do Amor" e o Caracol lê o #olivrodoverão, o "Invisível" de James Patterson.

:) 
Boas leituras 
e se for caso disso
BOAS FÉRIAS!

Opinião :: "A Sorte Que Move o Destino"

Num dos últimos livros que li, a personagem principal dizia algo que me aflorou os pensamentos quando li, pela primeira vez, a sinopse de "A Sorte que move o destino".
Suttter Kelly, de "O Espetacular Momento Presente" dizia algo como "o bizarro é bom. Abraça o que é bizarro. Goza o bizarro porque nunca vai desaparecer".


Esta ideia foi o que me fez entrar nesta mirabolante aventura que é a história de Bartholomew Neil. Toda a sua vida, os seus 38 anos nesta terra, foram passados a viver com a mãe e para ela mas quando a morte toca a sua estrela guia, Bartholomew perde o norte e o propósito da sua existência. Inicialmente acompanhado por uma terapeuta de luto e o padre da sua paróquia, Bartholomew vê a realidade à sua volta de uma maneira muito própria. Mas o que podemos esperar de um personagem tão peculiar que em toda a sua vida nunca trabalhou, viveu sempre focado na mãe, na religião e tem severas incapacidades sociais ao ponto de não ter amigos e nunca ter privado com uma mulher? O que podemos esperar, perguntei eu....ora devemos esperar as cenas mais mirabolantes que encontrei em livro nos últimos anos protagonizadas pelas personagens mais inteligentes e especiais que se as tentássemos resumir a estereótipos acabaríamos certamente com o inicio de anedota daquelas muito batidas que vai sendo adaptada com o tempo e as circunstâncias do público ouvinte.

Em "A Sorte Que Move o Destino" conhecemos Neil e a sua história através das cartas que, após a morte da sua mãe, começa a escrever a Richard Gere. Acredito que a escolha vos possa parecer aleatória mas faz todo o sentido à medida que a história avança com mais uma carta endereçada ao actor. A Sr. Neil era uma fervorosa fã do galã de Hollywood e activista pela libertação do Tibete e quando o cancro que a massacrou os seus últimos meses de vida lhe trazia episódios de demência, Bartholomew passava a ser Richard aos seus olhos. E assim, com este faz de conta que Barthlomew desempenhou para a mãe, começou uma ligação entre ele e o actor, estabeleceu-se uma amizade unilateral que temos oportunidade de testemunhar nas cartas que compõem o livro no qual somos brindados com os eventos imediatos à morte da Sra. Neil e que mudam por completo o dia a dia de Barthlomew: a terapia de luto, a presença constante do Padre na sua casa, as novas metas de vida que impõe a si próprio, o enamoramento por alguém tão estranho como ele, o encontro imediato com o que será o seu primeiro amigo e uma descoberta que poderá mudar para sempre o seu futuro.

Na cabeça de Bartholomew passou-se a formular a questão "O que faria o Sr. Richard Gere?" como método de resolução para os desenlaces imprevisíveis que surgem no seu dia a dia e eles são muitos, especialmente à medida que os dias avançam e vamos conhecendo mais personagens, cada um deles com a sua história, os seus demónios e dramas.
Parece-me que este é um daqueles livros capaz de afastar ou aproximar pessoas só pela leitura da sinopse. Se temos por costume dizer que "é de extremos, ou se ama ou se odeia", com este livro passa-se o mesmo.
As especificidades da personalidade de Bartholomew (e de quem lhe é próximo) podem  facilmente caracterizá-lo de "maluquinho" mas tanto a nossa personagem principal como, por exemplo, o seu melhor amigo, sofrem de doenças mentais o que torna esta história tão diferente de tantas outras que já lemos pela visão única que as suas personagens têm do mundo que os rodeia. São exactamente as observações e o modo como as personagens analisam os acontecimentos à sua volta que me deixaram presa até ao fim do livro, um que sei que muita gente não irá comprar e que talvez até se sinta injustiçada por não gostar ou se identificar com a história.
Mas há livros que são um Koan, algo para se reflectir profundamente mas para o qual não temos resposta ou resolução. "A sorte que move o destino" é assim: estranho, interessante, bizarro,  incapaz de agradar a todos mas que me arrancou sorrisos, gargalhadas e me deixou a pensar.

À medida que lia o livro dei por mim com outro pensamento, uma questão semelhante à de Bartholomew, "O que pensará o Sr. Richard Gere deste livro?". Pergunto-me se o Richard Gere, algum assistente, familiar ou amigo já leu este livro e deu consigo a pensar "raios, é mesmo assim que ele fala" ou "era exactamente isto que ele diria nesta situação". Não sei se o autor será um fã de Richard Gere à semelhança da Sra. Neil mas uma coisa é certa, acaba por ser uma homenagem a um actor que marcou uma geração pela sua gentileza, cavalheirismo e integridade, uma imagem que nos é transmitida ou reforçada nos diálogos (mesmo que fictícios) travados entre Bartholomew e Richard Gere.
Apostem no bizarro, no inconvencional, acreditem que vão gostar.

Boa leituras!

Uma novidade da

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Comecei a ler...

Cada Verão pede um livro da Janet Evanovich.
No ano passado, iniciei as férias a ler "Sorte Explosiva" e como sou uma criatura hábitos, este ano faço o mesmo.
As férias vão passar a correr na companhia de bons livros :)


E vocês, o que estão a ler nestas férias?
Eu vi-me grega para seleccionar livros desta pilha

Boas férias e boas leituras

"Um grito de socorro", de Casey Watson - Opinião

Casey Watson escreve e relata as suas experiências como mãe de acolhimento temporário, ao abrigo de um programa específico e direccionado para a reaprendizagem daquilo que são comportamentos correctos e sociáveis, promovendo assim, a total integração dessas crianças, ou nas suas famílias ou em outras, onde será suposto regressarem ou iniciarem, por forma a não retornarem ao sistema.

Após um primeiro caso e livro, Casey Watson retoma ao acolhimento com Sophia, uma suposta pré-adolescente de 12 anos, que traz mais bagagem do que era suposto face à sua idade e condição feminina. Se com Justin, a família já havia sido posta à prova, com Sophia não sofrerão menos, já que ela testará os limites de cada membro.

Se o passado de Justin era assustador e remeto a esse primeiro livro, já que a autora faz precisamente o mesmo neste segundo livro. E é compreensível, já que para além de uma experiência com crianças problemáticas, a única experiência de acolhimento foi Justin. Por isso, comparar ambas as crianças e os diferentes casos é normal. E comparar ambos os livros também. Confesso que a história de Justin foi mais revoltante e mais aterradora. Embora a de Sophia não seja esquecer ou sequer de minimizar. Ambas derivam de mães que não tinham competência para o ser e que negligenciaram os seus filhos em prol das suas necessidades e até, manias pessoais.

Apesar de não serem os meus livros favoritos, lê-los continua a ser um hábito, tradição que ficou desde a universidade. No entanto, são temas que me interessam bastante e nos quais gosto de pensar e até de discutir, seja com pessoas que têm filhos, como os que não têm, mas como é óbvio têm uma opinião pessoal e uma visão, que também depende da sua formação enquanto adulto e claro, da sua própria experiência enquanto criança e filho que já foi.

O que eu quero dizer com isto, é que este tipo de livro, de ficção com base em relatos verídicos está construído para nos manter curiosos com o desfecho, com o desvendar de mais podres daquelas famílias de origem ou até outras de acolhimento, mas também estão vocacionados para nos deixarem a pensar na miséria humana que muitas vezes está camuflada em inúmeros problemas e flagelos sociais. Ao que parece é sempre pior do que se imagina. Não vejo que estes livros estejam feitos só para chocar ou nos fazerem derramar umas lágrimas, mas também se assim acontecer, é só para nos lembrar que somos humanos e que o sofrimento atroz existe, e pode estar bem perto de nós.

São sempre livros curiosos de ler e até de discutir em família. Fico com vontade de ler o próximo para
conhecer o desafio de acolher três crianças problemáticas. Nem imagino o tamanho da perturbação e da perversidade que aí possa vir. E nessa fase só espero que a autora já tenha resolvido o seu próprio problema com o tabaco ou então que deixe de referir tantas vezes no discurso, sendo a única coisa que tenho a apontar ;)

Uma leitura com o apoio da PRESENÇA, vejam mais sobre o livro, aqui.
E não deixem de ler o primeiro livro "O menino que ninguém amava", lido e comentado, aqui.


quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Intempérie - Jesús Carrasco - Marcador

Este é um daqueles livros que posso dizer que é belo demais para a história que conta.

Que quero dizer com isto?  Jesús conta-nos uma história negra com belas palavras, com descrições deliciosas e que por vezes nos fazem quase sofrer, de tão boas que são.

E sim, podem fazer-nos sofrer. Existem partes que, durante a sua leitura, me levaram lá ao local. Senti a necessidade de aquecer os meus pés, de tanto frio que a personagem sentia. Quase me faltou o ar e senti o fumo alastrar nos meus pulmões, tamanha era a realidade com que a cena era descrita. O incómodo foi grande que quase senti o cheira a queimado e a dor e o aperto que aquele menino sentia.

A escrita do autor é igualmente bela e dura e de um realismo intenso.

O autor presenteia-nos com odores, em forma de palavras que inundaram a minha mente durante algum tempo. Faz-nos o relato de uma das zonas quentes e áridas de Espanha que me levou muitas vezes até ao meu Alentejo. Sentindo ora o calor doloroso e seco, ora o frio cortante e tenebroso da noite. A noite só e silenciosa... às vezes aterradora.

Quanto a história, como já disse é bastante negra, falá-nos, de forma simples, de uma brutalidade extrema. Uma criança que se vê obrigada a fugir para sobreviver e que tem de aprender que a sobrevivência é dura e implacável, mas também pode conter bons ensinamentos, aprendizagens para a vida.

Uma história de medo, mas de aprender a confiar.
Um relato de horror, mas de esperança.
Uma vida, ainda pequena em idade, mas grande em sofrimento. Onde os medos, atormentam, mas são catalisadores para perder outro medo maior, o do desconhecido.

Ao mesmo tempo, Jesús Carrasco falá-nos de amor, de compaixão, de amizade, do poder do sacrifício e de uma humanidade muitas vezes esquecida por todos nós. A capacidade de darmos e sermos pelo o outro, mesmo que o outro seja um desconhecido.

A tal humanidade e compaixão aqui oferecida, por uma pessoa, que provavelmente seria o ultimo a passar pela cabeça capaz de o fazer, é talvez uma surpresa... e não vou explicar muito esta parte, pois durante algum tempo a minha mente levou, estas qualidades, para outros lados obscuros, o que poderia ainda tornar o livro mais duro. Depois de lerem tudo fará sentido.

Enfim, um livro a não perder, adorei....

Morte numa noite de verão, de K. O. Dahl - Opinião

Proliferam no mercado editorial português inúmeros títulos de autores nórdicos. Mais do que uma moda, há já, como que um culto às obras e autores vindos das terras gélidas e altas da Escandinávia.
K. O. Dahl não é excepção. Norueguês e vencedor do Melhor Policial Norueguês do Ano 2000, venceu-o com este "Morte numa Noite de Verão". O mesmo policial valeu-lhe ainda outra nomeações e a publicação do mesmo em Portugal surge como uma resposta ao sueco Henning Mankell, bastante premiado e publicado no nosso país.


"Morte numa Noite de Verão" especula, bem desde o início, alguns dos clichés da sociedade actual e faz-nos apontar em diferentes sentidos, mas já comuns, para dar resposta ao homicídio. No entanto, apesar de por vezes parecer que vai seguir por aí, a investigação desvenda, com fluídos diálogos, factos bem casuais que não permitem que aquele seja o assassino.

O policial de O. Dahl parte de um enredo, bem alargado por sinal, para poder especular, longamente, todos os potenciais suspeitos. A seguir a uma festa socialite, Katrine Bratterud é encontrada morta. Brutalmente morta, é o que nos diz a sinopse e também o enredo, se bem que este policial expande pouco a parte da violência. Por isso, cai por terra mais um dos muitos traços apontados à literatura nórdica, onde a frieza e até a barbárie dos crimes é elevada e descrita com minucioso detalhe. Aqui não!

O que interessa aqui encontrar é o assassino e as motivações para tal, já que Katrine Bratterud é uma toxicodependente recuperada e que, à partida, tem a sua vida refeita, organizada e limpa... em todos os sentidos. Mas não tem. Aliás, nem ela nem ninguém. São os factos mais sórdidos e mais cinzentos que dão cor a este enredo. Os interrogatórios levados a cabo por Frølich e Gunnarstranda são como um "lavar de roupa suja", por vezes até da própria vida de ambos os inspectores. E o interessante talvez seja isso, no entanto, também não espanta, já que o leitor está à espera dos podres da sociedade ali bem delineados.

A investigação atinge o clímax final, perante um, quase, conflito familiar, que representa a potencial morte de mais uma pessoa. As motivações passionais dos criminosos são postas a descoberto e há um misto de culpa versus desculpabilização, que dão um tom curioso a este policial, já que chega a permitir uma certa simpatia ou compreensão por uma das personagens. Ainda assim, levanta uma questão: será que o amor justifica tudo?

Um policial de traço clássico, onde o crime dá o mote a uma série de longos interrogatórios, com vista a descobrir o culpado. Talvez não tão clássico seja a minúcia nas descrições da envolvência, e não só da natureza, como também é traço dos nórdicos, mas dos mais diversos detalhes, que a meu ver, não contribuem em nada para o enredo, naquele em que o leitor está focado, ou seja, resolver o crime. Os diálogos dão um bom ritmo ao livro, mas não fiquei fã da troca de galhardetes entre inspectores, achando por vezes um pouco trapalhão, mas sem graça ou até um pouco convencido de mais.

O livro é um compêndio de males da sociedade em geral. Uma forte critica social que põe então a descoberta que os nórdicos não serão assim tão perfeitos como tudo faz crer.

Uma leitura com o apoio, Porto Editora. Veja mais do livro, aqui.



A Amante - James Patterson

Ao bom estilo de Patterson este é mais um livro daqueles que se devoram, os capítulos estão feitos para se querer ler sempre mais um, e mais um, e assim ficamos até conseguir acabar o livro.

Desta vez Patterson e David Ellis dão-nos uma personagem que à primeira vista poderia ser um galã, mas não seria nenhum "Bond", É um editor de jornal online, que ninguém lê, assim meio para o playboy, mas com grandes, mesmo grandes problemas, que lhe geram alguns entraves sociais e poderei nomear alguns.

Ben Casper, como refere na sinopse, é paranóico e obsessivo, uma obsessão por factos dos presidentes da América, ele sabe tudo: se faziam jogging e porquê, o que comiam, o que disseram, entre outras, para quem gosta do tema no fim deste livro certamente ficará a conhecer muito melhor os presidentes americanos. Além desta obsessão, como se já não fosse suficiente, é ainda cinéfilo. Sabe todos os pormenores, desde deixas dos actores até pequenas curiosidades, o que dá alguns excelentes momentos de risada, quando nos colocamos na pele desse actor e no filme que é descrito. Faz também uma extensa lista de filmes para além da lista de efemérides e detalhes dos presidentes.

Dá para fazer uma maratona cinematográfica com este livro. Fica a dica.

Quanto ao enredo criados por estes dois autores, considero-o bastante bem conseguido, desde o momento inicial da morte de Diana, até ao fim do livro existem voltas e reviravoltas que nos confundem e nos levam a imaginar diversos finais, mas somente no fim se consegue chegar à solução deste enigma.

Na minha opinião algumas partes são levadas ao exagero, e fazem que de uma simples história tenhamos um enredo gigantesco, um bocado impossível de acontecer, mas isto e um livro temos de deixar a imaginação crescer e pensar, que talvez esteja feito para mais uma adaptação cinematográfica, bem ao género de Hollywood ;)

Quem sabe chega mesmo ao cinema e com os actores certos, será mais um blockbuster.

Fico a aguardar novas aventuras deste possível "Bond".


segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Opinião "Entrega-te ao Amor"

Quando dois adultos, conscientes da sua ligação profissional e do desejo mútuo, aceitam um acordo estritamente físico, o que pode correr mal?
Não conseguirem separar o trabalho do lazer? Ou acabarem por trazer sentimentos para esta mistura explosiva?
Para Brooke e Jett, o caso complica-se ainda mais do que isso.
A premissa inicial de "Entrega-te ao Amor" interessou-me pelo facto de Brooke e Jett trabalharem juntos, ou melhor, de ele ser o seu mais recente patrão. É certo e sabido que os romances de escritório dão, na grande maioria das vezes, problemas de elevada dimensão. Há o que se apaixona, o que anda a trair o cônjuge, o trabalho que acaba negligenciado ou ainda a terrível hipótese de sucumbir ao desejo e ser apanhado de calças na mão em pleno local de trabalho (que deve acontecer mais vezes do que sonham!).

Mas em "Entrega-te ao Amor" somos brindados com uma história que, na minha humilde opinião, ficaria esplêndida com mais umas 100 páginas. Conhecemos Brooke, uma agente imobiliária verdinha mas cheia de garra em plena Nova Iorque, que tem pela frente um novo desafio, servir de intermediário entre a actual empresa e uma multinacional da área. O que ela não sabe é que o encontro, que diga-se de passagem foi no local mais inconvencional para o efeito (uma casa de strip), era mais uma entrevista de trabalho do que uma reunião. 
E como um mal entendido nunca vem só, assim chegou Jett, atrasado, com um ar pouco profissional e pronto a desabar com o mundo (e o discernimento) de Brooke. Considerando-o apenas um intermediário, cedo lhe virou as costas, não deixando de cometer alguns erros crassos pelo caminho, determinando desde cedo o rumo da história.
E daí em diante os acontecimentos precipitaram-se pela via rápida, muito ao ritmo nova iorquino mesmo quando, sem saber bem como, Brooke se vê contratada e num voo para Itália onde irá trabalhar temporariamente como assistente do dono da empresa. E essa é parte da história que vocês estão desejosos de saber por isso não vos vou adiantar mais detalhes para não estragar o gostinho de conhecer a história em primeira mão.

O que começa com um simples acordo entre dois adultos conscientes e que se desejam, rapidamente se torna em algo mais, algo que tem tudo para desafiar as convenções das relações que devem ser estritamente profissionais mas ao mesmo tempo, algo que a mais pequena mentira pode destruir por completo.
Qual será o segredo capaz de arruinar os planos de Brooke e Jett?
Qual será o acto considerado imperdoável? Existirá futuro quando temos interesses financeiros à mistura?



Gostei de me ver novamente em Itália e acho que vou fazer disso um requisito para os livros que leio. Desta vez somos brindados com uma chegada a Milão e uma estadia no Lago Como. (Eu ia já de férias!)
Mas embora tenha gostado da leveza da história acho que foi tudo muito rápido. A escrita da Jessica C. Reed é fluída e sensual mas é como se todos os momentos fossem descritos superficialmente, mesmo os mais intímos entre Brooke e Jett. Gostei das suas histórias pessoais, gostei da química entre ambos mas senti que no fim levamos uma chapada em muitas poucas folhas, o que nos deixa uma certa necessidade de começar a ler o outro já de seguida, para saber se os planos nos fazem ficar em Nova Iorque a apanhar pedaços ou rumar a Itália e começar um novo capítulo. Começo a achar que um mini teaser na bandana final era o que bastava para saciar o leitor ou então, aguçar mais a sua curiosidade.

Quero saber mais sobre a história de Brooke e Jett! 
Quero voltar para o Lago Como!!

Uma novidade

Créditos Fotográficos : Neusa do Vale Photography

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Aquisições da metade colorida

Outro dia comentei com a minha mãe "estes dias tenho trabalho mais, lido menos mas lado positivo, não tenho gasto quase dinheiro nenhum, não tenho tempo!!"
POIS, erro!
Ontem cometi o erro de ir dar uma volta, voltei para casa com livros novos.
Não há por ai Livrólicos Anónimos?
Eu sem dúvida seria frequentadora das reuniões.

Sinopse de Submissa (1º volume da trilogia) - Sinopse de O Dominador
Trilogia Sem Fôlego - Sinopse Obsessão

Que me dizem das aquisições?
:)

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Conto Erótico - José Luís Peixoto (Revista Visão)

"É verdade que usámos os corpos uns dos outros, mas é muito mais verdade que usámos os nossos próprios corpos. Naquele momento, fazermos sexo foi a melhor maneira que encontrámos para viver"

Revista Visão nº 1118

Adorei a ilustração :)

Leituras por esse Portugal fora

A metade negra foi de férias e deixou o Efeito por minha conta e aqui a metade colorida está a tomar conta da casa na blogosfera e facebook.
Por isso, enquanto eu fiquei por cá a trabalhar e ela foi passear, aproveitei para pedir relatório de leituras, de preferência fotográficos :)
E ela cumpriu.

Cortesia do Efeito dos Livros

Leituras por esse Portugal fora

Boas leituras
e boas férias, se for caso disso!

Aquisições de Metade Negra - Efeitocris

Antes das férias (das dela!), desafiei a minha metade literária a partilhar connosco as suas mais recentes aquisições (maneira de não ser só eu a rotulada de maluquinha dos livros!)

E qual não é o meu espanto que ela não me fica nada atrás

E estas devem ser só as mais recentes, mesmo antes de ter ido de férias :D

"O Gato e o Rato" de Günter Grass
"Sr. Presidente" de Miguel Ángel Astúrias
"O Problema Espinosa" de Irvin D. Yalom
"Conto Fantásticos" - Fantasporto 2005
"As Horas" de Michael Cunningham
"Delta de Vénus" de Anaïs Nin

"Crime" de Irvine Welsh
"O Regresso do Hooligan" de Norman Manea
"Uma Horta para ser feliz" de Marc Estévez Casabosch 
"O Rapaz de Botticelli" de Mafalda Ivo Cruz
"A Sentinela" de Richard Zimler

Boas leituras!

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Novidades Presença - "Um Grito de Socorro"

Da autora de "O Menino Que Ninguém Amava" chega-nos a mais recente novidade Editorial Presença.
"Um Grito de Socorro" é a história real e perturbadora de uma menina com um passado dramático.


Sinopse: 
Quando Casey Watson recebe Sophia no âmbito do programa de acolhimento, imediatamente se apercebe de que algo não bate certo. O comportamento de Sophia é inconstante e manipulador e a jovem está habituada a conseguir tudo o que quer, reagindo violentamente quando a contrariam. Parece só ter olhos para os homens da família de acolhimento e trata as mulheres com insolência. À medida que o tempo passa, Casey apercebe-se de que este comportamento esconde uma infância repleta de dor e abusos. Mas, quando as explosões violentas de Sophia começam a ameaçar a integridade física dos membros da família, Casey pergunta-se se será a pessoa certa para ajudar esta menina profundamente perturbada.


Para mais informações, visitem o site

Recordo a opinião ao livro "O Menino Que Ninguém Amava"

Novidade Topseller : "Envolvidos"

Regra: 
Nunca se envolver com colegas de trabalho!
Mas as regras existem para serem quebradas.

Ele é rico, incrivelmente atraente e arrogante. Ela é fantástica, lindíssima e ambiciosa. Irão chocar um com o outro ou acabar envolvidos?

» Excerto «

Drew Evans trabalha diariamente em negócios de milhões e seduz todas as mulheres de Nova Iorque com um único sorriso. Se a vida lhe corre tão bem, então porque é que está fechado em casa há sete dias, a sentir-se miserável e deprimido? Ele vai dizer a toda a gente que está com gripe, mas a verdade não é bem essa.

Quando Katherine Brooks é contratada para trabalhar com Drew no banco de investimento do pai, a sua vida de playboy, habituado a ter tudo o que quer, dá uma volta de 180º. A competição profissional a que ela o sujeita irrita-o, a atração que sente por ela é perturbadora e a sua aparente inabilidade para conquistá-la é exasperante. Seja como for, Drew tem uma única regra inquebrável na sua vida: não se envolver com colegas de trabalho.

Mas será que Drew vai ser capaz de resistir a Kate? E como é que uma única mulher pode transformar o mais sedutor e bem-sucedido dos Don Juans num pobre homem desesperado?

Uma novidade 

Opinião "Delirium"

"Pedimos a atenção de todos os cidadãos.
Foi declarada guerra ao amor!
Todos os apaixonados serão detidos imediatamente e em caso do resistência, executados à vista de todos. 
Que esta mensagem sirva de aviso. Que o delírio dos outros vos sirva de exemplo. 
O amor é uma doença!"


Este livro conquistou-me com uma frase e levou-me por completo ao chegar à contra-capa, quando terminei a minha leitura.
O que sentiram quando leram pela primeira vez a pergunta
”Se o amor fosse uma doença, aceitarias a cura?”

Se os vossos pensamentos descaíram para o “sim”, este é um livro que vão querer ler. Quem já sofreu de amor, especialmente pela sua falta ou incompreensão, sente a tentação de pensar num mundo sem esse sofrimento, sem essa impotência e falta de controlo sob os seus sentimentos, sob a sua vida.
Eu senti-me tentada ao sim por uns escassos 2 segundos mas rapidamente viajaram-me  pela mente todos os bons momentos que o amor, seja de que género for, já me deu ao longo dos anos, especialmente no período mais retratado no livro, a adolescência.. Todos esses momentos suprimem um pouco a dor, a tristeza e o vazio de não ter esse sentimento nas nossas vidas.

Comecei a ler “Delirium” num misto de incerteza perante o que ia encontrar embora a premissa inicial fosse mais do que uma razão válida para me embrenhar na leitura.
Num futuro não muito distante, encontramos uma Portland repleta de habitantes que temem a “amor deliria nervosa” (também comummente conhecido como paixão ou amor). Faz mais de 60 anos foi declarada a guerra ao amor, essa causa de todos os males do mundo, e há cerca de 30 desenvolveu-se uma vacina que, administrada aos cidadãos com a entrada na maioridade, previne que contraiam a doença. Os adultos, os curados, concentram-se na sua vida e no bem da sociedade. Os curados são autómatos, vivem a vida que lhes foi atribuída, não sonham, não almejam mais do que o Governo reservou para si. Mas e os jovens? Até aos 18 anos estão expostos e os perigos de contagio são elevados. E entre os que contam os dias para o tratamento, temos os que desafiam as leis impostas.
A Questão é: quantos de nós não nos apaixonámos loucamente na adolescência, altura em que até o mais morno dos amores se assemelhava a uma loucura?


Quando conhecemos Lena somos bombardeados com as normas de um mundo que a moldou. Todos se empenham em combater o inimigo nº 1 do Estado e dos Cidadãos. Desde pequenos todos são ensinados que a “deliria” é o fim do mundo como o conhecemos e por isso, até aos 18 anos devem evitar qualquer contacto com o sexo oposto e preparem-se a fundo para a sua avaliação e consequente administração da cura, o primeiro passo para uma vida adulta serena e livre de complicações causadas pela doença.
Lena cresceu com uma sombra a pairar sob a sua cabeça, a morte da mãe, uma “infectada” que amou de mais, que amou até ao último minuto. Desde cedo Lena luta para não ser comparada à progenitora, mantendo-se o mais invisível possível para irradiar do seu futuro qualquer contratempo que lhe impossibilite a estabilidade e paz que a cura lhe promete. No dia em que se ditava o seu futuro (a avaliação permite ao Governo decidir o melhor futuro para cada cidadão, incluído a pessoa com quem será estrategicamente emparelhada) inicia-se uma mudança que pode comprometer tudo. Porque mesmo quem não acredita no amor à primeira vista, há momentos que nos roubam o fôlego pelas mais variadíssimas razões. Quando o olhar de Lena se cruza com  Alex (um curado), sabemos que nada mais será igual, que uma imagem ficou gravada para sempre na memória um do outro.

Que espécie de sentimento pode nascer entre uma jovem que teme contrair a doença e alguém supostamente incapaz de ser infectado?
Será o amor capaz de desafiar todas as leis e deixar Lena e Alex apanhados na sua rede? Quais as consequências de perputar este crime, de desafiar a lei imposta?
Até onde estamos dispostos a ir pelo amor, pela verdade e pela nossa liberdade?

Um delirante romance que infelizmente, por falta de tempo, tive de ler a uma velocidade excruciantemente lenta, caso contrário teria consumido tudo de uma vez.
“Delirium” ensaboa-nos com os pensamentos de uma sociedade que considera a salvo da doença, quase nos faz acreditar que a cura é a solução mas quando Lena conhece Alex relembra-nos que o amor é a nossa salvação, mesmo quando nos faz sofrer, menos quando nos faz chorar, mesmo quando temos de sacrificar tudo o que tomamos como certo em prol da liberdade. Quando o amor nos encontra e nos desperta é que percebemos que uma parte de nós andava perdida e nós estávamos demasiado entorpecidos para reparar.


E o despertar de Lena traz continuação. em Pandemonium, que como o nome indica será a chama que vai fazer deflagrar o fogo sob as convenções de uma sociedade limitada que esconde algo mais que o pânico de ver a doença contaminar os seus cidadãos.
A caça ao amor delirante, à paixão arrebatadora, ao desejo por outro ser continua e eu mal posso esperar por continuar a ler, por me apaixonar.

Já se encontra disponível o trailer/Pilot da adaptação à televisão mas eu confesso que não me convenceu. Vejam aqui

Uma novidade que nos vai infectar a todos

E a banda sonora inicialmente escolhida, Ouvi Dizer dos Ornatos Violeta, continua a fazer sentido com o fim da leitura (pelo menos no meu mundo)
A cidade está deserta,
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura!
Ora amarga! Ora doce!
Pra nos lembrar que o amor é uma doença,
Quando nele julgamos ver a nossa cura!
:)