quinta-feira, 31 de julho de 2014

Opinião :: "As Raparigas Cintilantes"

Crime Perfeito 
def: Acto cometido com elevado nível de planeamento e habilidade que nenhuma evidência é deixada e com o qual o culpado não pode nunca ser encontrado ou acusado.


O crime perfeito, um ideal das mentes mais conturbadas que a história já teve oportunidade de conhecer, ganha novos contornos em “As Raparigas Cintilantes”. Quando um assassino não se encontra no mesmo espaço temporal que o horrendo crime que cometeu, como é possível solucionar estes fatídicos femicídios? Que ligação existe entre crimes que aparentemente são isolados e que ocorrem por toda a Chicago ao longo de várias décadas? 
À primeira vista NADA mas na mente de Kirby, uma das raparigas que sobreviveu aos ataques, os pontos começam a conectar-se e no final da linha pode estar o que toda a gente procura, uma resposta….
ou a morte.

Fiquei curiosa com este livro ainda antes de ter sido lançado em Portugal. Em Maio de 2013 o Bookdepository (meu antro de perdição para livros em inglês) nomeou-o Livro da Semana. A sinopse prometia e o booktrailer arrepiava.

Confesso que me perdi um pouco com as viagens no tempo mas vou tentar fazer sentido ao que li.
Conhecemos Harper Curtis, o assassino, em plenos anos 30. Um ser miserável, sem escrúpulos que tem a sorte, como que por magia, de encontrar uma casa com características especiais. No meio de um bairro pobre de Chicago, esta casa abre uma fenda no continuo espaço-tempo e leva Harper através de diversas décadas com um único objectivo, matar. Num misto de policial e ficção cientifica, o assassino é impelido pela própria casa para cometer os crimes, para apagar a luz brilhante de determinadas raparigas e virar as costas de volta ao seu tempo deixando para trás o caos e um pequeno amuleto.
Pode-se dizer que tudo começou com a primeira vitima, uma dançarina de cabaret que se “iluminava” com fósforo para ficar dourada e brilhante  mas a escolha das vitimas não se tratava de uma reposição da ordem moral. Harper (ou melhor, a casa) escolhe as raparigas especiais, com força de vontade, espirituosas e diferentes na sua própria época. Harper visita-as duas vezes, uma para as avisar do quanto brilha a sua luz interior quando são novas e outra para as apagar de vez. 
E se tudo começa com a dançarina cintilante, tudo termina com Kirby “the one that got away”, a que sofreu nas mãos de Harper mas por golpe do destino conseguiu escapar com vida. Desde esse fatídico dia que Kirby (que visualizo sempre como a Abby do NCIS), planeia encontrar o homem que por pouco não colocou fim à sua vida.

E como os crimes perfeitos não existem, há sempre uma falha, uma pequena migalha que permite seguir o caminho e Kirby, uma personagem extremamente completa que é igualmente uma feroz jovem investigadora, vai descobrir o caminho de acesso à casa, a Harper e a espaço perdido no tempo.

Um livro que deve ser lido de rajada, com foco na alucinação demente de Harper, nas observações brilhantes de Kirby e no quanto tudo na vida é um ciclo, até à última página ou último suspiro.


Confesso que não fiquei particularmente satisfeita o que encontrei no total mas a premissa inicial do livro e os momentos na visão de Kriby são extremamente interessantes. Talvez seja eu que não me encaixo com a narrativa mas uma coisa sei, se este for um livro que se torna filme, com estas reviravoltas, viagens no tempo, cenários macabros e personagens marcantes SERÁ ESPECTACULAR!
No entanto, os direito televisivos já foram comprados pela Appian Away, a produtora do Leonardo DiCaprio. Filme, série de TV....tanto faz. Espero que pensem nisso!

Até lá
boas leituras !

Uma novidade

Opinião :: "Quero-te" de Irene Cao

Antes sequer de ter começado a ler o terceiro livro da trilogia começou a aflorar em mim uma certeza que recusei afirmar em voz alta com receio de não ficar agradada com o que ia encontrar em “Quero-te” mas agora posso dizer, sem medo de me equivocar ou de falar cedo de mais, 
ESTA É A MINHA TRILOGIA PREFERIDA!


Não teço comparações, teço elogios. Irene Cao criou, na minha opinião (que é baseada na minha experiência, personalidade e modo de ver o mundo), uma das mais verdadeiras histórias de amor que li em livros eróticos nos últimos anos.
Tenho vontade de a reler toda para confirmar que esta minha opinião não se formou por ter mais recente em mim a leitura do segundo e terceiro livro. Leonardo não é o tipico bookboyfriend à moda do Christian Grey e  Elena, embora não fosse a mais desenvolta das mulheres, sofreu uma evolução cheia de obstáculos mas digna de se ver. Ao longo da trilogia o desejo falou sempre mais alto que a razão, o corpo exigiu sempre mais do que a  mente podia dar e ao longo de todas estas páginas, Leonardo e Elena sorriram, exploraram, cresceram, sofreram, choraram, mentiram, foram maus e tornaram-se melhores.

E se não são loucos por Itália como eu (compreendo que não vejam qualquer interesse no deambular mental por ruas, galerias e detalhes de cada cidade) pensem que esta não é aquela história do “ele é o possessivo bom como o milho e rico, ela a parva que vai cair na cama dele rendida e quando se apaixona descobre o passado sombrio que não o deixa ter uma relação saudável com ninguém”.  :) Desculpem, acabei de resumir muitos livros eróticos de um modo como os não leitores do género mo costumam descrever :D

Pensem deste modo, em “Vejo-te, Sinto-te e Quero-te” os acontecimentos são mais semelhantes à nossa própria vida, a uma realidade mais palpável, cheia de altos e baixos, de desejo, de dor, traição, felicidade e lágrimas. Porque por vezes temos pessoas que passam pela nossa vida e nos mudam para sempre, que nos fazem sofrer, é verdade, mas que nos fazem evoluir (pessoal, profissional ou sexualmente, tanto faz) e que no fundo, amamos sem remédio e que nos amam por sermos imperfeitos, como somos.

Em “Quero-te” temos exactamente isso :)
Depois de ter deixado o namorado e ter sabido a razão que a impossibilitava de estar com Leonardo, Elena cai numa espiral de depravação, álcool e desinteresse por tudo e todos. Quando a conhecemos um ano antes, recatada na sua vida calma, dedicada ao seu fresco no Palácio Veneziano nunca a íamos julgar aqui, podre de bêbeda, a dormir com homens ao acaso em busca de preencher um vazio deixado pela verdade, que nunca terá Leonardo.
Completamente no fundo do poço emocional (e físico), falha com a família, a melhor amiga, o trabalho e especialmente com ela mesma. Mas Elena só cai na realidade quando o passado de Leonardo vai ao seu encontro e o inesperado acontece. Por vezes as coisas más trazem, como que para repor ordem no mundo, alguma coisa boa.
Se nos outros livros viemos de Veneza para Roma, em “Vejo-te” viajamos para Stromboli, a ilha vulcânica a norte da Sicília, terra natal de Leonardo.


E numa ilha onde o tempo anda mais devagar é que, Leonardo e Elena, apanham os pedaços do que foram, do que são um para o outro e começam a construir um futuro juntos.
Mas a paz numa ilha com um vulcão em actividade é volátil e as surpresas guardadas para o fim, as boas e as más, vão fazer parecer que o livro é pequeno, que queremos mais história mas depois, ao chegar ao fim só nos resta sorrir pelo caminho cheios de oscilações que percorremos com estes dois. Uma prova que os amores certinhos, em que corre tudo bem não são os mais excitantes, que “um mar tranquilo nunca fez um bom marinheiro” e é uma vida de altos e baixos que nos torna pessoas mais completas, de preferência com quem preenche aquele espaço em falta mesmo ao nosso lado.

Estive a reler a minha opinião aos dois primeiros livros e cito o seguinte:
“Tenho vontade de escrever à autora ou agarrá-la e dar-lhe dois beijos”
Continuo a querer fazer o mesmo :) 
Porque nenhum livro é lido de igual modo por duas pessoas diferentes e o que eu vejo podem vocês nunca encontrar.
Obrigada Irene :)

Quanto a vocês, só vos posso dizer:
Por isso, quebrem as amarras, cedam ao desejo e venham conhecer a trilogia dos sentidos.

Boas leituras e descobertas :)

Recordo a opinião ao Vejo-te e Sinto-te

Crédito Fotos :
Murad Osmann - Série Follow Me
Dallas Nagata - Volcano Kiss

quarta-feira, 30 de julho de 2014

"MAL NASCER" - o regresso de Carlos Campaniço


Regressar à escrita de Carlos Campaniço foi um enorme gosto. Retornar igualmente ao (áspero) Alentejo foi igualmente muito bom e aliás, espero que o autor lá volte novamente, pois estou em crer que se sairá bem novamente.
De "Mal Nascer" este romance têm apenas o nome e o berço de Santiago. O mau agoiro, o azar, a dureza da campo, as dificuldades, a violência... a tal aspereza alentejana só trazem de bem e de belo à escrita e à narrativa do autor. Já assim esperava, é certo. Depois do fantástico "Os demónios de Álvaro Cobra", só posso tecer bons comentário a este novo romance. Aliás, acho extraordinária a capacidade de transformação, tanto na abordagem ao Alentejo, como na mastigação deste enredo e mais ainda no toque especial que a linguagem deste romance contêm. É louvável que um autor consiga tal mudança camaleónica, já que nem todos conseguem. Ou seja, muitas vezes, um autor escreve, narra e compõe de uma forma e é só com essa que nos brinda, não é mau, antes pelo contrário, quem gosta, facilmente gostará sempre. No entanto, na escrita de Campaniço encontramos mudança, total transformação, ambos bons livros, ambos boas surpresas. O que nos deixa com ânsias por um terceiro livro, aguardando algo, novamente bom e "igualmente" diferente.

Na personagem de Álvaro Cobra, Carlos Campaniço deu asas à imaginação e teve rasgos de criatividade divinais, com Santiago Barcelos - nascido Bento -, o autor trouxe-nos uma história dura e plena de realismo. Retratando e enquadrando o nosso país e mais propriamente o Alentejo num período conturbado entre absolutistas e liberais. Num relato marcado pela linguagem mais "regionalista" do Alentejo de outrora, que tanto brilhantismo dá ao enredo, situando-nos definitivamente naquelas terras, naqueles campos, mas também na violência tida no calor do lar.

Este romance é uma denúncia, é um reclamar pelos direitos das mulheres, num período e numa localização tão marcada pela desigualdade e pela violência, não só tida para com as mulheres, como também na desvalorização e no conceito da infância, tão pouco reconhecida como tal.

"Mal Nascer" não verte só as dores de uma mãe ou as injustiças com um filho, abandonados um pouco à sorte do campo, criados a meias com os bichos e a jorna na terra. Este enredo relata também o poder, as ordens às mãos de um só homem, revelando o peso da riqueza e das terras. Mas há ainda espaço para o amor, trazendo uma certa inocência e sensualidade ao ambiente, mitigando as mágoas de Santiago, fazendo-o sonhar. Pelo menos até certa parte. Mesmo nessa parte, de amor fatal e incondicional, o autor é bem sucedido. É sensível, sem ser lamechas, é sensual sem ser banal.

Há em todo o livro uma luta pela dignidade, pela sobrevivência, pela liberdade e pelo amor, enaltecendo assim as personagens e envolvendo o leitor, que anseia por um desfecho que teima em fugir por entre os dedos. A leitura tornou-se a certa parte comovente, em especial para mim, a parte da infância. Certas partes foi como estar entre família e ouvi-los relatar a dura infância na aldeia, alguns períodos de fome ou escassez ou as alegrias de brincadeiras simples e até certas diabruras com os bichos.

Se por um lado o livro é pleno no relato amoroso, até meio inocente, é duro e negro no expor o embrutecimento das gentes largadas à mercê das necessidades do campo e das intempéries de um Alentejo de extremos. Digamos que o livro tem uma capacidade transformadora fenomenal, é como ir, de bestial a besta, acho que me entendem. É nisso que eu gosto ainda mais deste livro. É o seu realismo, a sua força.

Não posso deixar de dizer que existem personagens apaixonantes e a Amália é uma delas.
Mais apaixonante é a capacidade do autor em criar um cenário com meia dúzia de palavras, como se numa pequena frase fosse tudo dito.

"Dá-se uma primavera numa sala de inverno." (pág.100)

E fica tudo dito!

As diferenças são inúmeras, porém há uma certa constante nos dois romances que li de Carlos Campaniço. É o retorno ao Alentejo, a paixão pelas gentes e tradições, e a vontade de espelhar, através de personagens densas, os traços marcantes de um país e de uma época. E os rasgos de criatividade continuam lá, desta vez mais pelo esmero na escolha da palavra.

"Começo a ter uma fome miudinha que me rói o estômago como os bichos-da-seda fazem às folhas. Já nem dois cocharros de água me afastam as lembranças da comida."


Uma leitura com o apoio Leya. Uma edição Casa das Letras. Veja a sinopse, aqui, no booktrailer.

Mais um para a wishlist

“Para quê poupar nas palavras? A Bela Americana é uma obra-prima absoluta.” 
Richard Russo


Pasquale é um italiano sonhador. Tem 20 anos, vive numa aldeia costeira no mar da Ligúria, é dono do hotel local. Está na praia no dia em que uma inesperada hóspede chega de barco. É uma americana alta, frágil, de uma beleza aparentemente banal. Vai caminhando hesitante pelo cais, aproxima-se, até que se vira e o olha de frente. E o seu rosto, visto no ângulo certo, é o rosto perfeito. E o momento, aquele momento – perceberá Pasquale mais tarde –, vai durar uma vida inteira.

Desde a primeira página, percebemos que A Bela Americana é um romance invulgar. Porque nos dá a ler um diário perdido, de cortar o coração. Porque nos fala de um músico vergado ao álcool e desesperado por se reencontrar. Porque nos revela um Richard Burton torturado pelo amor de Elisabeth Taylor nas filmagens de Cleópatra. E porque todas essas personagens, tão imperfeitas, tão impossivelmente românticas, estão misteriosamente ligadas umas às outras.

Sou só eu que fiquei com vontade de mergulhar na capa?
Tão bem que eu ia para uma vila na costa italiana :)

Uma novidade

A MISTERIOSA MULHER DA ÓPERA - Opinião


Gostei bastante do conceito deste livro!!!

Sete autores meteram as suas mãos à obra, literalmente, e construíram histórias que aos poucos se vão encaixando umas nas outras e formam a história final.
Assim nasce "A misteriosa mulher da Ópera", uma amálgama de histórias, que devido a quantidade de autores, dá voltas e reviravoltas, que muitas vezes nos deixa meio perdidos pelo caminho, mas que mais tarde ou mais cedo nos leva de volta ao fio condutor.

Alice Vieira, Afonso Cruz, André Gago, David Machado, Catarina Fonseca, Isabel Stilwell e José Fanha dão-nos este enredo, até um pouco estranho, talvez insólito, havendo detalhes e envolvimentos para todos os gostos.

Acredito que quem já tenha lido, pelo menos um livro de cada um dos autores, reconheça, até com alguma facilidade, que partes deste livro pertencem a determinado autor.

Temos um rol de 7 personagens todas diferentes e bastante engraçadas, temos fantasmas, temos pianistas, temos "dondocas" da alta sociedade, temos psicólogos/tarólogos/doutores de reputação duvidosa, temos assassinos e até um playboy entre outros... como disse há-os para todos os gostos.
Todas estas personagens criam um enredo difícil de se definir ou enquadrar num género, acho que posso considerar este livro como sendo estilo policial, thriller, com elevada tendências para o humor, que foi a parte que me fez gostar mais dele.

Mas há ainda outra parte engraçada que é a de tentar descobrir quem escreveu o quê? Alguns dos autores são facilmente identificados por certas características a que já nos habituaram, pequenos traços de genialidade, pequenas descrições que nos fazem perceber de que "mãos" saiu aquele pedaço de texto. Claro está que se as diferenças entre escritores é positiva e dá grande diversidade ao livro, já a mudança característica do estilo de escrita, faz com que algumas partes do texto sejam maçudas e até de difícil leitura.
No entanto, isso não inviabiliza ou retira o prazer da sua leitura.

No fim posso dizer que que gostei bastante do enredo, pois apesar da história menos usual, consegui prender-me às personagens e aos rasgos de humor que me fizeram rir desalmadamente.

Deixo uma frase que gostei bastante:
"Olhei com mais atenção e percebi que estava apaixonado. Nunca vira nada assim: os cabelos pretos, que pareciam velas apagadas, o olhar infantil, que era como uma pergunta."

Aventure-se neste mistério, lendo AQUI as primeiras páginas.




Uma leitura com o patrocínio LEYA, Casa das Letras

Entradas na Biblioteca da Elsa

Todas as semanas entram livros novos lá em casa.
Sejam por oferta das editoras, sejam comprados novos ou em segunda mão ou produto de trocas com outros leitores.
Desde a última vez, estes foram os livros que chegaram à estante da Elsa :)

"O segredo do meu marido" está na wishlist desde que tropecei nele numa revista cor de rosa da minha mãe :)
e que a Mãe consumiu-o em dois dias !

O Pecado de Sylvia Day chegou com a nossa mais recente parceria, a Quinta Essência. E pelo caminho deu a mão à Jess Michaels :) e eu fiquei com a série das Irmãs Albright completa.

Oferta da Editorial Presença que mal posso esperar por começar a ler
Que veio fazer companhia a este....
Já falámos de Delirium. É a minha próxima leitura!!

A Série 80 Dias de Vina Jackson tem até agora editados 3 livros. Eu tive a sorte de ganhar o terceiro (sim, ainda participo em passatempos) mas agora ficam-me a faltar os dois primeiros, A Cor do Desejo e A Cor da Tentação.
Um investimento para o futuro, juntamente com a Trilogia Sem Fôlego da Maya Banks

A Topseller e os seus livros que se devoram. Janet Evanovich e James Patterson estão sempre na lista de livros a ler :)

 Uma novidade Editorial Presença para quem adorou o Guia para um final feliz :)

e uma aquisição em segunda mão que me chamou da prateleira e que decidi arriscar sem saber nada sobre os livros
Quem já leu a série de Becca Fritzpatrick?

E pronto, a lista de livros por ler cresce mais um bocado....grande!
:)
Boas leituras!

"Sono", de Haruki Murakami, Opinião



"Há dezassete dias que não durmo.
(...)
Encontro-me no interior da minha própria sombra."

Assim nos diz, a mulher, a protagonista deste período insólito, uma fase que ultrapassa, que já não é insónia, é algo mais, já que a insónia ela conhece bem e isto é outra coisa. Algo diferente, algo transcendente. Talvez até inovador, caso lhe permita, a ela e a nós olhar a vida com outros olhos, talvez os do delírio, da provação, da alucinação.

Como julgam que ficariam ao fim de 17 dias de privação de sono? O vosso corpo sem descanso, a vossa cabeça sempre em permanente estado de alerta... que impacto teria isso no quotidiano, na rotina familiar?!?
Em que zona sombria e tenebrosa se iriam encontrar? Já pensaram nisso?

São essas e outras questões que vão ficando em aberto ao longo deste conto, não tão breve como seria de esperar ou até como tantos outros contos. Murakami tem o dom de, mesmo tendo uma escrita simples, concreta e muito realista, nos fazer desesperar por um desfecho. Tem o dom de nos fazer perder nos delírios desta narração "sem sono", chegando até, pelo menos a mim, aliás a nós, já que este conto foi lido a dois, e a ambos deu "sono". Sim. Curiosamente este conto deu-nos Sono!
O que abre outra questão: haverão livros receitados propositadamente para nos dar sono? ´´E uma questão curiosa, ou não?

Os motivos que provocam tal insónia alargada são incógnitos e deixam-nos a adivinhar.
As consequências, talvez se possam considerar também incógnitas, pois por vezes achamos que a protagonista está em delírio, em divagação e a questão que fica no ar é: "isto aconteceu mesmo!?"
E a mesma pergunta repete-se aquando do desfecho e da conclusão que se retira do conto.

Julgo que a conclusão que podemos retirar, terá, em muito, a ver como a forma como encaramos a nossa própria relação com o "sono", com a rotina, com o quotidiano e até a nossa vida familiar. Já que, desde o início, a exploração do enredo começa pela vida, rotineira e "meio sem sal" que a protagonista leva, o que nos faz pensar, se a ausência de problemas por resolver não criará uma certa inércia, uma certa vontade de complicar o que é fácil e corre bem. Não sei se me faço entender!?
É que depois de descrita a vida, rotineira, da protagonista, esta entra numa espiral muito mais dinâmica e até entusiasta quando "vive", quase se fosse noutra realidade, nas horas em que não tendo sono, faz um alargado leque de actividades que de outra forma faria.
Ou seja, será que Murakami nos quer dizer que quando tudo no nosso corpo já se habituou a algo que não nos satisfaz (mesmo que a gente não admita!), responde com privação e desconforto, obrigando-nos a mudar!? Como que tendo um mecanismo próprio de auto regulação?

Confesso que a leitura não foi a mais prazerosa, mas o desfecho ou suposto final deixa-nos a pensar. E sabendo da duplicidade de interpretações que os escritos de Murakami têm, já era de esperar que nos levasse a pensar. E deixou, é um facto! Se o choque final e até algum enfado no decorrer da leitura, podem causar desconforto, o balanço final é inevitável e o comentário com juízos de valor e suposições é igualmente obrigatório e creio que é essa a magia daquilo que este aclamado japonês escreve.

*

Este conto foi lido na colectânea "O Elefante Evapora-se", de 2010, mas no final do ano passado foi lançado individualmente com ilustrações de Kat Menschik. Talvez com ilustrações seja mais fácil entrar neste cenário nocturno e tenebroso. Não que as palavras e a intensidade de Murakami não o façam bem, mas quem sabe pudéssemos retirar ainda outras conclusões. Ambas as edições são da Casa das Letras, Leya.


Oiçam sobre o livro, aqui, no Livro do Dia TSF, em Dezembro de 2013.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Miminhos em forma de Livros

Com o lançamento de "Delirium", seria de adivinhar que uma breve pesquisa sobre Lauren Oliver me traria mais livros à wishlist. A suspeita confirmou-se quando descobri "Antes de vos deixar" e este entrou automaticamente para a Lista.
Mas da wishlist passou à estante, graças à Editorial Presença que teve a amabilidade de nos ceder um exemplar para leitura, por isso, o meu muitíssimo obrigada.

Este é um dos livros que vou levar na mala das férias :) Agora só tenho de decidir que o leio antes ou depois de Delirium.

O que farias se tivesses apenas um dia para viver? 

Como é que possível que uma única frase é capaz de despertar o interesse para ler um livro?
Acontece o mesmo com Delirium e o
Se o Amor fosse uma doença, aceitarias a cura? 


Boas leituras!

Opinião - "Encontro em Itália"

Se a surpresa fosse um título de um livro, Encontro em Itália era a minha sugestão.
O comboio de romance e aventura no qual embarquei com o início da leitura, confiante de saber o que ia encontrar, descarrilou para uma linha que não funciona com carris comuns, sob as leis da física ou do Homem. Pensei que tinha perdido a estação quando, sensivelmente a meio da leitura (e da viagem por Itália) algo sobrenatural me assalta os sentidos e precisei de fazer uma pausa na leitura para reajustar as minhas expectivas.
Nota : Encontro em Itália não é o tipico romance com um amor antigo para o qual abrimos os olhos tarde de mais. É....mas não é só. Esse "algo mais" pode significar o gostar ou o descartar.


Qual a minha ideia inicial sobre Encontro em Itália?
A história de dois amigos de longa data, que sempre nutriram um amor clandestino um pelo outro mas que se afastaram com o passar dos anos, embarcam numa aventura por Itália sem saber o que o destino lhes reserva. Ok, essa era a premissa inicial mas “Encontro em Itália” é muito mais que isso.
Eu não li “Inverno de Sombras” ou outros dos títulos da Liliana mas agora percebo que não devia ter esperado um romance simples, sem laivos fantásticos, algo tão característico na escrita da autora, tendo em conta as sinopses e comentários aos livros dela.
Por um lado ainda bem, a surpresa deixou-me sem saber o que pensar mas o enredo e o desejo assoberbado de saber o final prendeu-me de tal modo à leitura que quando fechei o livro até me assustei. Eram 3h da manhã de domingo (o meu despertador estava programado para as 6h30!)

A história gira em torno de Henrique e Sara. O primeiro quer evitar uma tomada de decisão que o leva para o mundo adulto e profissional por isso deixa Londres à primeira oportunidade para embarcar numa viagem que tinha tudo para ser épica não fosse ele e Sara, sua amiga de infância/primeiro beijo/amor que nunca deu em nada, não se falarem há cerca de 7 anos.
As mudanças que ocorreram na sua velha amiga são extremas, quase que não a reconhece nesta nova mulher que se mete nos copos todas as noites, anda com péssimas companhias e não parece levar a sério os seus projectos como escritora.
O reencontro online com Henrique, o seu melhor amigo de infância, que se encontra ausente da sua vida nos últimos 7 anos aconteceu do modo mais comum. Quantos de nós não reencontramos velhas paixões, amigos de infância e até arqui inimigos no Facebook?
A história de Henrique e Sara tinha uma porta aberta, que ambos aproveitaram para escapar aos problemas com que lidavam na sua vida. 
Todos os acontecimentos que antecederam a viagem, especialmente a atitude forçosamente rebelde de Sara e a tentativa de emparelhamento de Henrique com a sua irmã, faziam avizinhar-se algo grave que sabíamos ir descobrir durante a tumultuosa viagem para Itália. Mas o que acontece, nos poucos dias que correm por terras Italianas não é nada mais que o conflito de duas pessoas que parecem já não se conhecer mas que se encontram presas por um passado e embrulhadas no mesmo destino, um que o misterioso livro de arranjam em Veneza lhes reserva.
A viagem a Itália, que fez nascer em mim a vontade de fazer o mesmo, ficou mais curta do que o esperado e é ai que tudo muda. Para mim, que iniciei o livro a pensar que o Encontro em Itália se referia à inevitável descoberta do amor entre os dois protagonistas, a entrada em cena de um livro misterioso e um gato falante fez-me perceber que talvez o Encontro seja entre estes elementos e Henrique, o escolhido pelo Livro para levar a cabo a sua missão.
“Assim será no fim do mundo: os anjos virão e separarão os perversos dos justos.” 

Inicialmente não me consegui prender às personagens, principalmente Sara. Sabia que a sua atitude errática tinha um motivo (no qual acertei), toda a sua rebeldia, o seu desejo de viver no limite era prenuncio de um mal maior. Isso eu compreendia mas não conseguia nutrir simpatia por ela mas à medida que se vai levantando o véu entre este mundo e o outro, aquele que ficamos a conhecer graças à presença do livro, comecei a vê-la com outros olhos.
Eu não sou uma pessoa muita dada ao Fantástico, lá vou lendo uns livros por outros que têm alguns laivos sobrenaturais, fora do comum mas devia saber que as referências iniciais iam tornar este livro único, assim como se veio a perceber.
Mas contar mais sobre a história era tirar-vos o gosto da descoberta, da viagem (não só a Itália mas à história de Henrique e Sara) e dar-vos a sentença sem vos deixar assistir ao julgamento.
:)
“Encontro em Itália” despertou-me para os livros de Liliana Lavado, uma prova que a escrita portuguesa, dos mais variados géneros, está de boa saúde e recomenda-se. 

Mas sinto-me defraudada. O meu lado que queria um romance pela estrada fora, por uma Itália que eu própria quero descobrir, por uma 2ª oportunidade com alguém do passado, fica triste. Esta temática que me prende sempre a todos os livros que ma apresentam, é anunciada mas não entregue na totalidade.
“Encontro em Itália” desvia-se desse rumo mas o destino que toma é igualmente bom, surpreendente, mas bom. 

Deixo-vos com uma música que me veio à cabeça durante a leitura.

Are you lost or incomplete?
Do you feel like a puzzle, you can't find your missing piece?
Tell me how you feel
Well I feel like they're talking in a language I don't speak
And they're talking it to me

O mais recente livro da Liliana Lavado e uma novidade 

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e vejam as opiniões já disponíveis no Goodreads.

Novidade Presença :: "A Sorte Que Move o Destino"

«É impossível não gostar destas personagens peculiares. Cheio de humor e muito comovente, este romance de Matthew Quick é tão apelativo como Guia para Um Final Feliz.» | USA Today

Depois de Pat em Guia Para Um Final Feliz, vamos lá conhecer Bartholomew.
Curiosamente percebi que pelo caminho me devo ter esquecido de fazer a crítica ao Guia....wow, esta nunca me tinha acontecido!
Vi o filme, li o livro e porque não publiquei a minha opinião aqui?
Hmm mistério!

Sinopse
Durante trinta e oito anos, Bartholomew Neil viveu com a mãe e para a mãe... até ao momento em que ela adoece gravemente e morre. Sem saber como irá continuar a viver sem ela, começa a procurar um novo rumo para a sua vida, e a primeira pista que lhe aparece surge justamente numa das gavetas da mãe - uma carta assinada por Richard Gere, o próprio. Acreditando piamente que o famoso ator está destinado a ajudá-lo, Bartholomew escreve-lhe uma série de cartas contando-lhe todos os pormenores da sua vida. E é assim que, na companhia de um grupo de amigos e do espírito de Gere, Bartholomew viaja até ao Canadá, numa demanda que se revelará pródiga em surpresas… Com humor e sabedoria de vida, este novo romance de Mathew Quick fala-nos da vontade sincera de um homem inadaptado de construir o seu próprio projeto de vida.

Com humor e sabedoria de vida, A Sorte Que Move o Destino, o novo romance do autor de Guia Para um Final Feliz, fala-nos da vontade sincera de um homem inadaptado de construir o seu próprio projeto de vida.

E eu sempre gostei de pessoas estranhas, vá, fora do vulgar :)

Uma novidade da
Ahh
O Guia Para Um Final Feliz está em Promoção no Site da Editora, aproveitem!

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Opinião :: "Sinto-te" (Trilogia Irene Cao)

"Li algures que, na maioria das vezes, não desejamos o que amamos nem tão pouco o que respeitamos. Não desejamos, acima de tudo, o que é parecido connosco"
Se não é algo que vos faz pensar, a Elena faz de certeza.
Desde que abandonou Veneza em busca de paz, equilíbrio e um novo começo, Elena tem passado os últimos meses numa felicidade genuína ao lado do homem que escolheu.
Leonardo é uma lembrança do passado que Elena se convence estar a ficar esquecida juntamente com os dias que saborearam na companhia um do outro em Veneza.


Roma é agora a sua nova casa, o local da história de amor com Filippo que floresce pelas ruas romanas, num ritual diário, rotineiro e confortável de quem partilha uma vida comum.
No entanto, os meses passados apenas remeteram a ideia de Leonardo para um canto escuro mas que se revela à luz nos momentos mais variados. O lado sensual que Leo despertou em Elena e a reacção que a sua pessoa tem nela ainda a atormentam pelo meio dos dias felizes que vive ao lado do namorado. No fundo, Elena ainda deseja Leonardo e o desejo não tem razão, não tem auto-perseveração, não olha a meios para atingir fins. O desejo de Elena por Leonardo não tem limites e basta o odor do seu perfume numa movimentada rua romana para lhe acelerar o sangue. E quando o destino os junta, com o maior dos acasos, de que vale resistir?

A reentrada de Leonardo na vida de Elena traz à luz do dia o incontrolável desejo que os consome, as conversas que não se concluíram em Veneza e a incerteza perante um futuro ao lado do namorado.
Sob o céu romano, Elena vai contra as suas próprias regras (nunca contra sua vontade) de mão dado com o erro, com a certeza de se voltar a magoar mas com o pensamento leve de ser exactamente isso que quer nesse momento, ser feliz. É inegável, Elena é feliz ao lado de Leonardo porque é ela mesma, num expoente máximo. Mas como seria de esperar, entre instantes roubados num jardim de Roma a cenas intimas sob o sol escaldante de Sabaudia, os motivos que os afastaram inicialmente estão sempre presentes.
Mas qual o segredo que Leonardo mantém escondido e que o faz afastar-se de Elena?
Garanto-vos que descobrir que a razão tem um nome e uma história é um dos pontos altos do livro. Isto é algo que me fez gostar ainda mais desta trilogia. Não há passados sórdidos. Há uma razão válida, mais próxima das nossas vidas comuns do que em qualquer outro livro do género.

Li em “Sinto-te” que o desejo supera a razão, que o que o corpo nos exige é tantas vezes mais forte do que sabemos ser a coisa correcta de se fazer, a única opção viável para sairmos vivos de uma determinada situação.
Elena sai de “Sinto-te” com vida mas por pouco.


Ao terminar este livro, “sinto-me” tentada em arrancar em direcção à estante e começar a ler o terceiro. Ainda li a sinopse e dei comigo a pensar “meia dúzia de horas e está lido” mas depois deixei a ideia de lado. Quero saborear a história, revisitar as cenas apaixonantes vividas por Leonardo e Elena, sublinhar o que me agradou, ler e reler passagens de Roma. Há muita coisa nesta trilogia que me faz ficar agarrada a ela e a escrita da Irene é uma delas. 

Hey podia ser pior, a outra vontade que tenho é meter-me no primeiro avião para Roma. Adoro a cidade e ler este livro foi revisitá-la minha memória. Por diversos momentos dei comigo a fechar os olhos, a imaginar-me a ler esta história e a apanhar sol no Pincio, com vista sobre os telhados da cidade, à espera do pôr do sol.

Posso ir para Roma ler “Quero-te”?
Posso? Posso?
Ti amo Roma! :)

A trilogia que está no meu top de preferências

 Crédito Fotos : Murad Osmann - Série Follow Me

Novidades - "Pecadora" de Madeline Hunter

Logo no início do ano decidi aceitar a sugestão de outras leitoras e ler um livro da Madeline Hunter. A escolha recaiu sobre "Provocadora", o segundo volume da série As Flores Mais Raras.
Infelizmente ainda não tive oportunidade de ler o primeiro (Deslumbrante) ou continuar o meu conhecimento pela história do grupo de amigas mas aproveito para divulgar que, Pecadora, o terceiro e mais recente livro da série tem data de lançamento para 8 de Agosto.
Uma leitura light para o Verão que teima em não aquecer a sério.

Sinopse
Habituada a uma existência pacata, Celia Pennifold vê a sua vida virada do avesso após a morte da mãe, Alessandra Northrope, uma cortesã afamada.
Para além de uma pequena casa, a mãe deixou-lhe de herança apenas dívidas e uma reputação manchada. O destino de Celia já está traçado há muito. Ela foi educada para seguir as pisadas da mãe. Mas Celia é determinada e tem os seus próprios planos… que não incluem, evidentemente, o misterioso inquilino com que se depara ao instalar-se no seu novo lar.
Jonathan Albrighton encontra-se numa missão a mando do tio, pois há suspeitas de que Alessandra possuía informações delicadas sobre alguns dos homens mais influentes da sociedade londrina. Jonathan pensava estar perante uma tarefa simples, não contava encontrar em Celia uma adversária à sua altura…

Uma novidade

Comecei a ler...

Depois ter ter lido "Sinto-te" em algumas horas (tão poucas que nem o divulguei aqui), tive de me controlar para não correr de encontro ao terceiro. Ainda fui até à prateleira onde ele se encontrava, reli a sinopse, passei a mão pela capa mas resisti. 
O desejo, esse incontrolável sentimento, demorou um dia para me atormentar novamente e hoje sucumbi. Antes de sair de casa, agarrei no livro e fugi em direcção a mais uma semana de trabalho que desta vez começa com o fim da história de Leonardo e Elena.
Que venha mais ROMA!!!


Sinopse
O amor é uma arte que não precisa de regras. Agora que descobriu o desejo mais puro, Elena decide vivê-lo em pleno, sem amarras, só pelo prazer. Para isso, renuncia à paixão de Leonardo e à segurança de Filippo. No entanto, a louca espiral de encontros sexuais em que se envolve acaba por não a levar ao prazer que procurava. Mas, como dois pólos opostos que se atraem irremediavelmente, o destino volta a juntar Leonardo e Elena, depois de um trágico acidente. Quer salvar Elena com o fogo da sua paixão impossível de conter.

Uma novidade

domingo, 27 de julho de 2014

Opinião :: "Obsessão"

Abram alas para o furacão Jesse Ward. Ele vai devastar tudo à sua volta. E desta vez, o Furacão Ava vem mesmo atrás.
Este casal parte tudo ao seu redor, em mais do que uma maneira. Não há vidros, portas e ocasionalmente caras de pessoas que resistam.
Abram alas para uma "Obsessão"!! Não, abram alas para duas Obsessões!


Se em “O Amante” ficamos a conhecer a atitude inflexível e tumultuosa de Jesse, em “Obsessão” comprovamos como este casal está bem um para o outro.
Quando acabam de fazer as pazes, e acreditem que eles as fazem muitas vezes e nas mais variadas posições, lá ele exige algo descabido ou ela amua por qualquer coisa e voltamos ao mesmo.
Por mais wow que sejam as cenas a dois (até o momento de voyeurismo na sala comum da Mansão), há algo neste casal que não me prende por completo.
Em "O Amante" iniciámos esta louca jornada que é o conturbado romance entre Jesse e Ava, onde o desejo se sobrepõem a tudo e todos, especialmente à razão. 
Ao reentrar nas suas vidas com a leitura deste livro, sabemos que o que vamos encontrar nos vai começar a trazer respostas sobre o passado de Jesse, sobre o The Manor e o motivo para o seu comportamento ser tão inflexível com Ava.
Os desenvolvimentos, entrelaçados com inúmeras cenas extraordinariamente eróticas e outras de elevado nível dramático, mostram até que ponto o passado de Jesse pode comprometer o seu presente e o futuro que ambos planeiam. 
No entanto, o excesso de velocidade da sua relação, as maneiras irascíveis de Jesse para com Ava e os acontecimentos que se sucedem à sua volta são tão avassaladores que por vezes nos chegam para distrair da história geral. Há momentos em que pensei que eles só faziam duas coisas, discutir e..."fazer o amor" (à falta da possibilidade de utilizar o termo mais adequado ao que eu li e que todos sabemos qual é!)

Ao longo deste segundo volume, que são meras semanas, somos confrontados com o pânico de Ava em descobrir o passado de Jesse, em se habituar às novas condições que ele lhe vai exigindo (que são muitas) e em saber lidar com as predadoras que o rodeiam e que fazem surgir em Ava os instintos mais violentos.
O passado de Jesse não é tão negro como se avizinhava, é mais….colorido.
Digamos que herdar o The Manor tão novo foi a sua perdição. Vodca, sexo e rock and roll, baby! 
Um passado de excessos que mais tarde ou mais cedo acabam por o atormentar e trazer conflitos à vida que está a construir. E creio que ainda há segredos por revelar :)
A entrada de Ava na sua vida é o que faz cortar com os costumes do passado mas no momentos de total devastação mental, o corpo e a mente procuram os escapes aos quais se habituaram ao longo dos anos. Irá Jesse manter as promessas que fez a Ava? Serão os hábitos do passado de Jesse capazes de comprometer o presente? 
Será infligir-lhe exactamente a mesma dor a única maneira de o convencer do mal que faz?

Mas como disse antes, há algo que não me prende neste casal. O lado protector, arrebatador ou apaixonado de Jesse não consegue, a meu ver e segundo a minha personalidade, sobrepor-se à sua atitude manipuladora, descontrolada e irrazoável. Ava não tem direito de dizer piu e valha-nos Deus, não é preciso chamar um psicólogo para ver isto….não é saudável uma relação assim, por mais apaixonada que se esteja, ela não tem qualquer poder de decisão embora lá para a terceira centena de folhas, vejamos Ava ter alguma garra que lhe falta até meia trilogia. Será que em “Confissão” (terceiro livro que sai em Setembro) Ava leva esta recém descoberta gana a níveis mais elevados e faz frente ao mandão nada razoável que Jesse é?

Curiosamente, mesmo sem cair de quatro por Jesse e Ava não consigo deixar de ficar completamente presa à história, em querer saber mais. Porque outra razão se despacham centenas de páginas em tão pouco tempo? E o fim?? Tivesse “Obsessão” mais momentos como o fim.
Agora quero mais,  mais tempo no The Manor, mais tempo de antena para Sam e Kate e já agora, mais cenas com o Jesse descontraído que toda a gente diz que ele e que raramente temos oportunidade de ver enquanto está mega preocupado/zangado/possesso com Ava.

“Confissão” já tem data prevista para Setembro e eu sei que assim que o livro me cai no colo vou pega nele e devorá-lo até à última página. Porque os livros eróticos são o meu guilty pleasure, ali a competir pelo lugar cimeiro com os doces, que por mais que eu saiba que não deva consumir, não consigo resistir.

Agora um coisinha extra. Estava muito bem à espera de uma amiga enquanto devorava o meu exemplar de “Obsessão” quando a meio da descrição da sala mais privada do The Manor sou surpreendida por duas páginas em branco. WOW WHAT?
O meu exemplar estava privado de algumas páginas, só para me irritar. Ainda bem que foi só o meu e nenhum dos vossos teve problemas. Não tiveram, pois não?
Se fosse uma pessoa com capacidades ilustrativas era miúda para desenhar a Sala Comum de tão bem descrita que ela estava :)
Bem, acho que sou bem capaz de arranjar umas imagens que ilustrem aquilo que li sobre a sala comum. 
Sim, porque a banda sonora agarrou-se a mim e não se quer largar.
:)
Uma trilogia que nos tira do sério da

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Morte nas Trevas, de Pedro Garcia Rosado - Opinião


Pedro Garcia Rosado (PGR) traz o crime, a morte, a conspiração, a máfia e as cenas chocantes para cenários bem perto de nós. Das falésias à Rocha do Gronho, das Caldas da Rainha a Lisboa, com um passeio pelo subterrâneo, o mestre do thriller já nos desencaminhou para todo o lado. A nós e ao inspector, ou melhor, ex-inspector Gabriel Ponte, a quem eu insisto em baptizar de Gabriel da Ponte. Não sei, soa melhor.
Neste Morte nas Trevas, há um resquício de malvadez com sotaque de leste, trazendo à tona o que muitos querem camuflar, o submundo do crime das máfias de leste.

Nesta saga, que já vai com três volumes, Gabriel Ponte não segura a ânsia que tem por novas investigações e é incapaz de não abraçar um novo desafio. Apesar de calcular as consequências, nem sempre é fácil lidar com o inesperado e avaliar mentes tão bizarras e dementes.

O enredo aqui traçado é sempre inteligente, detalhado, extremamente profissional e sem laivos de vedetismo ou cenas estratégicas, só para entreter o leitor. Antes pelo contrário, PGR parece querer sempre o seu leitor, bem informado, atento, desperto e curioso, é claro. Todos os episódios e reviravoltas são apelativas e intensas, sem exageros ou cenas violentas desnecessárias. E talvez seja isso que por vezes ainda aumenta mais o realismo. Nada aqui parece "à filme", se é que me faço entender.

Já com traços cinematográficos temos as cenas de maior violência, arrepiando o leitor e fazendo virar a cara e franzir a testa, tal é a profundidade a que o ser humano pode descer no seu processo de desumanização, brutalidade e violência. No entanto, devo dizer que ainda esperava pior. A minha mente, talvez também macabra e já habituada a esperar enormes doses de violência, adivinhou, imaginou, um futuro bem sangrento e horrendo perante o pouco que o véu do prólogo desvendava. Em parte, foi acutilante, mas não tão macabro como esperava... talvez a culpa fosse da série Hannibal... que em atormentar a mente ao espectador não houve ultimamente nada como aquilo.

Ainda assim, PGR vem catapultando as doses sanguinárias dos seus policiais, bem como, nos traz sempre temas actuais e um tanto alarmantes, um pouco como um aviso: pode acontecer, acontece e parece acontecer aqui ao lado. Será que há uma mensagem nas entre linhas, desassossegando o leitor português, retirando-o do conforto deste paraíso tranquilo à beira mar plantado!?

Continuarei, sem dúvida, a seguir a escrita de PGR, bem como irei ler os livros com a guest star deste livro, o Ulianov, já que a série «Não matarás» está na wishlist faz tempo.
Por agora, gostava, aliás gostávamos todos, de um outro evento a propósito deste enredo de Morte nas Trevas. Vamos caminhar? ;)


«Estamos a construir uma coisa. E desde o nada. Todas as peças são importantes.»

Aproveitem e espreitem as nossas opiniões a:
e

Mais uma vez obrigada à Topseller por esta leitura


Opinião :: "Nunca te apaixones por um Highlander"

O nome do livro faz referência a Caelen mas na minha humilde e sonhadora opinião devia ser “Nunca te apaixones por UMA Highlander” porque é Rionna a princesa guerreira por quem Caelen não se queria apaixonar mas os feitios marcados, o reconhecimento de um semelhante e a ferocidade com que se defendem um ao outro e aos seus, torna-os “farinha do mesmo saco”, ideais um para o outro.


Em “Nunca te apaixones por um Highlander” fechamos a trilogia com Caelen e Rionna.
Este irmão, o mais novo e o mais torturado pelo passado, jurou nunca mais voltar a confiar ou amar uma mulher. A decisão de tomar o lugar do irmão no casamento com Rionna McDonald tinha apenas o propósito de fortalecer a aliança entre clãs que tanto era precisa para derrotar o inimigo comum ao clã e à Coroa, Duncan Cameron.
Mas o que Caelen não contava era que aquela mulher que mais parecia um homem, montada a cavalo envergando vestes masculinas e detentora uma perícia com a espada capaz de rivalizar com muitos homens, fosse capaz de reacender nele uma chama há muito extinta.
Dizem que “a confiança é como um espelho, podemos repará-lo se estiver partido, mas continuaremos sempre a ver a falha no reflexo”. Para Caelen, as únicas pessoas de confiança são os seus irmãos e o seu clã. A entrada no clã de Rionna, onde o último Laird era um traste (lembram-se do que aprendemos sobre a sua conduta desprezível em Sedução nas Highlands?), faz com que a tarefa de Caelen seja complicada. Como treinar homens que não confiam em si? Como inspirar respeito quando nem a própria mulher tem uma conduta adequada?

Rionna, deixada à sua vontade desde muito nova, tem pouco hábitos femininos e quando se vê renegada ao papel de esposa submissa e senhora da fortaleza, não podia estar mais descontente. Mas o seu lado sensato compreende que Caelen e o clã McCabe podem ser a única salvação para o seu legado que se encontra brutalmente enfraquecido pela tirania e egoísmo do pai ao longo dos últimos anos.
O homem que reconhece como esposo, inflexível e frio em público, aquece o caminho que os mantém distantes no quarto. É em privado que Caelen e Rionna encontram o seu ponto de entendimento. É da aceitação das responsabilidades que cada um tem para com o seu clã que nasce algo mais, que o tempo consegue curar e infiltrar nos seus corações.

E quando a ameaça recai sobre a vida de um, até que ponto estará o outro disposto a ir para salvar e vingar a pessoa que ama e o seu clã?

E o Fim….ohh foi tão lindo, gostei tanto do fim ! (desculpem , sou mesmo gaja neste comentário!!)

Além de conhecermos a relação que Caelen e Rionna constroem, temos em redor os personagens que conhecemos nos livros anteriores e que nos deixaram saudades.
É com um misto de sentimentos que leio e termino (ao fim de poucas horas) o terceiro e último livro da trilogia McCabe, “Nunca te apaixones por um Highlander”.
Conhecer a história de Caelen, as acções do passado que motivaram toda esta história, foi enriquecedor mas ao ler as últimas linhas, de sorriso nos lábios, fiquei igualmente triste por me despedir dos irmãos McCabe, das suas singulares mulheres e do seu clã.
Fizeram-me sorrir, sofrer com eles, querer lutar e fazer justiça. A escrita de Maya Banks, dos momentos de luta às cenas mais intimas entre quatro paredes, comprovam a razão que levam uma legião de fãs atrás de si e dos seus livros.

Agora, quero ler a outra trilogia da autora que tenho debaixo de olho faz tempos.


Livros que nos fazem sonhar da

"Biografia Involuntária dos Amantes" - o retorno aos livro de João Tordo - Opinião



Biografia involuntária dos amantes talvez seja um livro para não compreender. Ou melhor, não compreendemos toda esta voluntariedade que está submersa numa vontade obscura e meio distorcida do personagem principal em sofrer as dores alheias.
O enredo tem um fio condutor um tanto alucinante. Se pelo início, colidimos com inúmeras questões de verosimilhança, mais tarde abdicamos das dúvidas e deixamo-nos viajar por Pontevedra e Santiago de Compostela e deleitamo-nos com a aproximação entre duas pessoas, que o acaso e a empatia juntou.

Se a persistente melancolia de Saldaña Paris é como que uma rota de colisão entre o passado, o presente e o futuro. ..
....
"A essa melancolia chamamos vida adulta." (pp.94)

Não deixa então de ser curioso que essa vida adulta seja então tão insípida e vaga, oca e cheia de ecos, que fazem o narrador e personagem central, se é que tem melancolia suficiente para ser central, abandonar a sua vida adulta. Parte ao desconhecido, meio ao abandono em busca de algo tão vasto, como o rasto do amor de um homem por uma mulher.

"A melancolia é impossível de combater porque, a partir do momento em que nos aventuramos no mundo, teremos sempre saudades de tudo. De tudo. Do que fizemos e do que não fizemos, de quem se cruzou no nosso caminho e de quem jamais conseguiremos encontrar. Cuidar das plantas no nosso jardim é prolongar a existência a criaturas que hão-de morrer quando nos esquecermos delas; é querer fazer com que o amor dure mais tempo para, quando nos virmos livres desta vida de uma vez por todas, partirmos de coração a transbordar de tudo o que deixamos para trás." (pp.408)

Esta leitura, parte de um estranho altruísmo. Um amor ao próximo que não é senão o amor a nós mesmos. Uma luta pela maior e mais profunda interiorização do que somos ou do que podemos ser. 
O que me leva a perguntar: até que ponto, quando ajudamos o outro, não nos estamos a ajudar a nós mesmos?
Dessa divagação chego à palavra que maior enigma me traz perante o título, involuntária. É voluntário, é voluntariado! Foi nisso que eu pensei. O narrador meio incógnito, um locutor, um professor, marido, pai, o pai da Andreia é um voluntário na organização e rumo da vida alheia. É nesse acto, quase missionário - ou não surgisse Santiago de Compostela como destino - que um homem, parte em missão pela vida de outro homem. 
Parece inocente, mas é quase como se na força da perseverança de um se salvasse o amor à vida de outro e no seu somatório se salvassem uma série de vidas e de amores. Como se algo mágico e místico, equilibrasse, com uma grande mão, o balanço frágil com que o mundo avança.
Será esse o gatilho? Será esse o segredo? Ou será mais uma questão estúpida e dotada de um enorme grau de hipocrisia...

"O mundo tinha a consistência da água e, por mais perfeita que fosse a concha que formássemos com as mãos, essa água era impossível de reter." (pp.366)

Fazia tempo que não pegava num livro do Tordo, mas este foi uma surpresa. Uma leitura incessante.


Uma leitura com o apoio da Objectiva/Alfaguara.
Para ouvir na TSF, no Livro do Dia

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Uma outra voz, de Gabriela Ruivo Trindade - Opinião


Confesso, assumo as reticências que tive em me atirar logo de cabeça para este romance.
Havia algo, como que um julgamento prévio, uma mania, algo que me atrasava para chegar até ele. Por vezes, é assim. São coisas, coisas sem nome, ideias que se nos metem na cabeça, como se o imaginário e a divagação assumissem um poder sobre nós e obtivessem alguma razão.

Depois, ao primeiro contacto, na primeira vez que o abri, dei de caras com um enorme registo cronológico e isso aliado à ideia de romance histórico, carregado de vidas fortes, personagens marcadas pelo sofrimento e a história de gerações... pesou-me. Fez-me fechar-me na minha ignorância e procrastinar perante este belo livro por mais uns dias.

Felizmente, numa noite de alguma arrelia, abri-o e fiquei encantada, emocionada, envolvida na voz de um gaiato, de um alentejano com ânsias de médico e de corpos jovens. Uma história com um emaranhado de vozes que me povoou o imaginário e me conquistou.

Gabriela Ruivo Trindade teceu, com mestria, beleza e vozes muito fortes, um romance que atravessa gerações, mas mais ainda, atravessa a história de um país e nos transporta ao Alentejo. O Alentejo que tantas vezes renego pela brutidade e a dureza, mas que depois me apaixona cada vez que se torna num Alentejo literário, extraordinariamente bem descrito, pelas pessoas e vidas que o povoam.
Um romance onde a ruralidade, a aspereza do (quase) nada e a luta pela dignidade se tornam a melhor história de amor.

Durante inúmeras e longas páginas não fui capaz de parar, só queria conhecer mais, embrenhar-me mais... sentir mais cada personagem e o que a sua voz tinha para me contar.

"Dores, dores, dores. Não oferecemos senão dores.
E elas, as mães, recebem-nas, tomando-as nos braços de mansinho. E pronto. Já passou.
Não há remédio igual no mundo.
(...)
Mas esta, mão, não ta posso dar.
Não te posso dar a dor de um filho sem pernas.
Esta dor vai matar-te, mãe."

Não consigo tecer preferências. Tanto me apaixonei pela ânsias e risos do Zé Eduardo, como pelos segredos da Lídia ou a luta de Álvaro. Talvez a profundidade do sofrimento de Mena, a vida madrasta de Donana e o grande vazio na vida de Mariano, sejam dores marcadas demais, mas que pela beleza dos amores que todos viveram, ficamos rendidos às suas vozes.

" (...) meus olhos secos como pedras e as minhas duas mãos quebradas.
Sempre foste melhor amante da literatura do que dos ideais revolucionários.
Ou deveria antes dizer que o picante dos ideais revolucionários não te impediu de saboreares o tempero da boa literatura. E, dentro do mundo da literatura e da poesia, és especialmente romântica. Pena que o não sejas fora dos livros. Comigo, pelo menos." (pp.119)

De olhos secos terminaram algumas das vozes que aqui se prenunciam. É maravilhoso, abrir e conhecer este poema de Cecília Meireles e ver nele, verso por verso, todo o enredo, toda a força destas vozes, mas mais a de Mariano, com a sua partida para África que tanto indignava Mena.

"A gente deixa de temer a morte no instante em que passa a desejá-la, com o mesmo ardor com que desejamos as mãos do homem que amamos. Um ardor que nos faça esquecer a dor de existir. (...) Quis morrer também. Mas era jovem, e a juventude é o melhor remédio contra a morte. Por isso continuei vivendo como se morresse." (pp.194)
(...)
Morrer não custa nada; o que custa é não viver. A morte chega pelo ventre, vinda de fora para dentro, ao contrário da vida, que daí sai para a luz." (pp.281)


Um livro que recomendo, agora, sem quaisquer reticências.
Muitos parabéns à Gabriela Ruivo Trindade, é uma bela homenagem familiar.


Uma leitura com o apoio da LEYA

Ai as Novidades Quinta Essência

Que saudades que tenho dos meus romances sensuais, dos meus Lords, Condes e Ladies :)
O nosso querido mês de Agosto chega repleto de novidades que enchem a wishlist da Elsa.


Um belo desconhecido… um coração destroçado… o amor de uma vida

A jovem Maggie Brown viajou até uma estância balnear, com a esperança de esquecer a dor causada pela recente morte da mãe. Nunca imaginou que a sua agridoce estada a submetesse ao abraço mágico de um misterioso desconhecido, ou que ele apenas lhe deixasse recordações. Contudo, em seguida, por ironia do destino, reuniu-se ao homem que tanto amava – que lhe tinha dado o coração, mas não o seu nome.
Para escapar a pressões familiares, o marquês de Belmont disfarçou-se de plebeu a fim de passar umas férias à beira-mar – e perdeu o coração para uma mulher com quem nunca poderia casar. No entanto, determinado a que nenhum outro homem a possuísse, arrastou-a para um amor apaixonado que em breve se transformou em mágoa. Agora, embora receie que possa ser demasiado tarde, jura convencer Maggie de que trocará sem hesitar o seu legado por toda a vida nos braços dela.



Ele procura a noiva perfeita…
Ele é um duque em busca da noiva perfeita.
Ela é uma senhora…mas está longe de ser perfeita.

Tarquin, o poderoso duque de Sconce, sabe perfeitamente que a decorosa e elegantemente esguia Georgiana Lytton dará uma duquesa adequada. Então, porque não consegue parar de pensar na sua irmã gémea, a curvilínea, obstinada e nada convencional Olivia? Não só Olivia está prometida em casamento a outro homem, como o flirt impróprio, embora inebriante, entre ambos torna a inadequação dela ainda mais clara.
Decidido a encontrar a noiva perfeita, ele afasta metodicamente Olivia dos seus pensamentos, permitindo que a lógica e o dever triunfem sobre a paixão... Até que, na sua hora mais sombria, Quin começa a questionar-se se a perfeição tem alguma coisa a ver com amor.
Para ganhar a mão de Olivia ele teria de desistir de todas as suas crenças e entregar o coração, corpo e alma...

A curvilínea e ousada Olivia e a esguia e discreta Georgiana são gémeas, criadas pelos pais para serem noivas de duques. Tudo parece assegurado até que o futuro marido de Olivia, o tolo Rupert Blakemore, marquês de Montsurrey, faz dezoito anos e declara que «não irá casar até ter alcançado glória militar». Enquanto ele parte para a guerra contra Napoleão, Olivia vai com Georgiana conhecer Tarquin Brook-Chatfield, o viúvo duque de Sconce e possível pretendente de Georgiana. Mas Tarquin encanta-se imediatamente com Olivia, que tem de decidir se irá ou não arriscar desiludir Georgiana e Rupert retribuindo o afeto de Quin. Uma versão inteligente do clássico A Princesa e a Ervilha.



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