Antes sequer de ter começado a ler o terceiro livro da trilogia começou a aflorar em mim uma certeza que recusei afirmar em voz alta com receio de não ficar agradada com o que ia encontrar em “Quero-te” mas agora posso dizer, sem medo de me equivocar ou de falar cedo de mais,
ESTA É A MINHA TRILOGIA PREFERIDA!
Não teço comparações, teço elogios. Irene Cao criou, na minha opinião (que é baseada na minha experiência, personalidade e modo de ver o mundo), uma das mais verdadeiras histórias de amor que li em livros eróticos nos últimos anos.
Tenho vontade de a reler toda para confirmar que esta minha opinião não se formou por ter mais recente em mim a leitura do segundo e terceiro livro. Leonardo não é o tipico bookboyfriend à moda do Christian Grey e Elena, embora não fosse a mais desenvolta das mulheres, sofreu uma evolução cheia de obstáculos mas digna de se ver. Ao longo da trilogia o desejo falou sempre mais alto que a razão, o corpo exigiu sempre mais do que a mente podia dar e ao longo de todas estas páginas, Leonardo e Elena sorriram, exploraram, cresceram, sofreram, choraram, mentiram, foram maus e tornaram-se melhores.
E se não são loucos por Itália como eu (compreendo que não vejam qualquer interesse no deambular mental por ruas, galerias e detalhes de cada cidade) pensem que esta não é aquela história do “ele é o possessivo bom como o milho e rico, ela a parva que vai cair na cama dele rendida e quando se apaixona descobre o passado sombrio que não o deixa ter uma relação saudável com ninguém”. :) Desculpem, acabei de resumir muitos livros eróticos de um modo como os não leitores do género mo costumam descrever :D
Pensem deste modo, em “Vejo-te, Sinto-te e Quero-te” os acontecimentos são mais semelhantes à nossa própria vida, a uma realidade mais palpável, cheia de altos e baixos, de desejo, de dor, traição, felicidade e lágrimas. Porque por vezes temos pessoas que passam pela nossa vida e nos mudam para sempre, que nos fazem sofrer, é verdade, mas que nos fazem evoluir (pessoal, profissional ou sexualmente, tanto faz) e que no fundo, amamos sem remédio e que nos amam por sermos imperfeitos, como somos.
Em “Quero-te” temos exactamente isso :)
Depois de ter deixado o namorado e ter sabido a razão que a impossibilitava de estar com Leonardo, Elena cai numa espiral de depravação, álcool e desinteresse por tudo e todos. Quando a conhecemos um ano antes, recatada na sua vida calma, dedicada ao seu fresco no Palácio Veneziano nunca a íamos julgar aqui, podre de bêbeda, a dormir com homens ao acaso em busca de preencher um vazio deixado pela verdade, que nunca terá Leonardo.
Completamente no fundo do poço emocional (e físico), falha com a família, a melhor amiga, o trabalho e especialmente com ela mesma. Mas Elena só cai na realidade quando o passado de Leonardo vai ao seu encontro e o inesperado acontece. Por vezes as coisas más trazem, como que para repor ordem no mundo, alguma coisa boa.
Se nos outros livros viemos de Veneza para Roma, em “Vejo-te” viajamos para Stromboli, a ilha vulcânica a norte da Sicília, terra natal de Leonardo.
E numa ilha onde o tempo anda mais devagar é que, Leonardo e Elena, apanham os pedaços do que foram, do que são um para o outro e começam a construir um futuro juntos.
Mas a paz numa ilha com um vulcão em actividade é volátil e as surpresas guardadas para o fim, as boas e as más, vão fazer parecer que o livro é pequeno, que queremos mais história mas depois, ao chegar ao fim só nos resta sorrir pelo caminho cheios de oscilações que percorremos com estes dois. Uma prova que os amores certinhos, em que corre tudo bem não são os mais excitantes, que “um mar tranquilo nunca fez um bom marinheiro” e é uma vida de altos e baixos que nos torna pessoas mais completas, de preferência com quem preenche aquele espaço em falta mesmo ao nosso lado.
Estive a reler a minha opinião aos dois primeiros livros e cito o seguinte:
“Tenho vontade de escrever à autora ou agarrá-la e dar-lhe dois beijos”
Continuo a querer fazer o mesmo :)
Porque nenhum livro é lido de igual modo por duas pessoas diferentes e o que eu vejo podem vocês nunca encontrar.
Obrigada Irene :)
Quanto a vocês, só vos posso dizer:
Por isso, quebrem as amarras, cedam ao desejo e venham conhecer a trilogia dos sentidos.
1 comentário :
Bem ja despachei os 2 primeiros... tens de me emprestar o terceiro, depois no fim digo te o que achei ;)
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