Gostei bastante do conceito deste livro!!!
Sete autores meteram as suas mãos à obra, literalmente, e construíram histórias que aos poucos se vão encaixando umas nas outras e formam a história final.
Assim nasce "A misteriosa mulher da Ópera", uma amálgama de histórias, que devido a quantidade de autores, dá voltas e reviravoltas, que muitas vezes nos deixa meio perdidos pelo caminho, mas que mais tarde ou mais cedo nos leva de volta ao fio condutor.
Alice Vieira, Afonso Cruz, André Gago, David Machado, Catarina Fonseca, Isabel Stilwell e José Fanha dão-nos este enredo, até um pouco estranho, talvez insólito, havendo detalhes e envolvimentos para todos os gostos.
Acredito que quem já tenha lido, pelo menos um livro de cada um dos autores, reconheça, até com alguma facilidade, que partes deste livro pertencem a determinado autor.
Temos um rol de 7 personagens todas diferentes e bastante engraçadas, temos fantasmas, temos pianistas, temos "dondocas" da alta sociedade, temos psicólogos/tarólogos/doutores de reputação duvidosa, temos assassinos e até um playboy entre outros... como disse há-os para todos os gostos.
Todas estas personagens criam um enredo difícil de se definir ou enquadrar num género, acho que posso considerar este livro como sendo estilo policial, thriller, com elevada tendências para o humor, que foi a parte que me fez gostar mais dele.
Mas há ainda outra parte engraçada que é a de tentar descobrir quem escreveu o quê? Alguns dos autores são facilmente identificados por certas características a que já nos habituaram, pequenos traços de genialidade, pequenas descrições que nos fazem perceber de que "mãos" saiu aquele pedaço de texto. Claro está que se as diferenças entre escritores é positiva e dá grande diversidade ao livro, já a mudança característica do estilo de escrita, faz com que algumas partes do texto sejam maçudas e até de difícil leitura.
No entanto, isso não inviabiliza ou retira o prazer da sua leitura.
No fim posso dizer que que gostei bastante do enredo, pois apesar da história menos usual, consegui prender-me às personagens e aos rasgos de humor que me fizeram rir desalmadamente.
Deixo uma frase que gostei bastante:
"Olhei com mais atenção e percebi que estava apaixonado. Nunca vira nada assim: os cabelos pretos, que pareciam velas apagadas, o olhar infantil, que era como uma pergunta."
Aventure-se neste mistério, lendo AQUI as primeiras páginas.
Uma leitura com o patrocínio LEYA, Casa das Letras
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