Jaime Bunda é um detective, se é que podemos chamá-lo assim - esqueçam os c.s.i.'s charmosos, os polícias super sabidos e matreiros, os laboratórios cheios de novidades tecnológicas...
Imaginem antes, um negão ;) fisicamente evoluído, mais evoluído ainda na zona traseira, aquela que assenta, no caso dele, com uma certa dificuldade na cadeira e é ainda uma dificuldade maior para sair delas!
Já imaginaram!? Compreendo, não apetece! No entanto, é mais ou menos assim arranca a narrativa.
Esqueçam a maioria dos policiais, ainda assim as mulheres bonitas são ponto de honra, os crimes também e a corrupção igualmente, até os mal-entendidos que complicam a história, mas que, mesmo mesmo quase no fim, se desvendam num ápice e a força policial sai vitoriosa. E não pensem com isto que estou a adiantar-vos o final, nada disso!
O género policial de Pepetela não foge à regra dos comuns e tem de tudo um pouco, no entanto, não podemos esquecer que estamos em África e é o próprio narrador que afirma a lentidão, a corrupção, as missões pouco claras, vicissitudes do 3º mundo, é claro!
Pepetela consegue assim chamar à atenção para detalhes que são a regra e não a excepção, costumes enraizados que dificultam a evolução e o crescimento de uma sociedade e claro, do bom trabalho policial. É bom salientar que as suas descrições apesar do seu tom jocoso, são ao mesmo tempo uma critica social disfarçada já que o narrador está sempre a alertar para se tratar de uma obra ficcional ;)
O género policial de Pepetela não foge à regra dos comuns e tem de tudo um pouco, no entanto, não podemos esquecer que estamos em África e é o próprio narrador que afirma a lentidão, a corrupção, as missões pouco claras, vicissitudes do 3º mundo, é claro!
Pepetela consegue assim chamar à atenção para detalhes que são a regra e não a excepção, costumes enraizados que dificultam a evolução e o crescimento de uma sociedade e claro, do bom trabalho policial. É bom salientar que as suas descrições apesar do seu tom jocoso, são ao mesmo tempo uma critica social disfarçada já que o narrador está sempre a alertar para se tratar de uma obra ficcional ;)
Este foi o meu primeiro contacto com o trabalho do autor e não posso deixar de dizer que um tanto da sua linguagem, bem como do seu tom de gozação e até o ritmo desajeitado, reforçando mais o cunho desleixado do personagem principal, que vos arrancará umas quantas risadas, não me impactou ao início, mas depois, ah depois fiquei fã!
Os vocábulos usados em muitas descrições são ao mesmo tempo dignos de uma cena popular entre pessoas mais populares ainda, mas que nos reportam estrategicamente para o meio da acção, tornando a leitura muita mais evasiva. Definitivamente, Pepetela é um autor a repetir!
Recomendam algum?
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