Tenho dois comentários que se batem de modo a aparecer aqui primeiro.
"Adorei este livro!" / "e porque raio este livro nao está fisicamente numa livraria onde mais rapidamente conquistaria leitores?"
Quando a autora nos abordou eu nem nunca tinha ouvido falar da história. Os e-books recentemente lançados acabam por me passar ao lado. Leituras digitais faço uma ou outra no telemovel, continuando grande fã do papel. Mas a sinopse captou a minha atenção.
Curioso foi ter agradecido à Carla, a autora deste livro e que tão gentilmente nos cedeu um exemplar de leitura, alertando-a para o facto de que não tinha disponibilidade imediata para o ler.
Agora qual não é a minha surpresa quando pego no e-book de "Pelas ruas de uma cidade sem nome" à hora de almoço e dou por mim a terminar o livro antes de ir dormir, no mesmo dia, completamente rendida à história, literalmente debruçada sob o telemóvel a ler e conhecer a historia de Madalena, a puta e posteriormente, a de João, o escritor.
Realmente não interessa o tamanho ou o meio como as histórias nos chegam, o que interessa realmente é chegar e apanhar o leitor. Esta história apanhou-me por completo.
Madalena dá corpo, alma e voz a um grupo marginalizado pela vida que escolheu ou pela qual foi escolhida, sem lhe ser dada alternativa. As mulheres que andam na vida caminham pela mão das noites inseguras e inesperadas. Caminham pela mão da morte porque como diz Madalena, não anda na vida, anda na morte. Essa é uma fatalidade que espreita a cada novo cliente, a cada nova vontade e a cada vez que lhe usam o corpo e lhe ferem a alma.
Gostei bastante da forma poética como nos é contada a história, da percepção da vida de morte que Madalena leva e o do caminho que percorre quando João entra na sua vida (que embora previsível, para mim, encontra-se magnificamente bem descrito, repleto de emoção e dor)
Embora ao longo da história a presença de João seja importante, quer a sua personagem, quer o quanto a sua presença vai influenciar a vida e o rumo de Madelena, é na personagem feminina que focamos a nossa atenção. É por Madalena que torcemos, pela sua força e capacidade de superar o lado negra da vida que vive.
E que outro sentimento que não o amor para fazer incidir sobre a vida de alguém a luz que esta pessoa mais necessita.
"Pelas ruas de uma cidade sem nome" não devia estar queitinho, guardado em formato ebook em qualquer aparelho digital. Este livro devia estar na estante, onde a capa seduz quem passa, onde a sinopse convence que pega no livro na dúvida se o leva ou larga.
É bom ser apanhada desprevenida e acima de tudo, é bom ler livros de autores nacionais que temos vontade de recomendar a outras pessoas.
Por isso, leiam "Pelas ruas de uma cidade sem nome", que me deu vontade de escrever LISBOA em toda a parte e olhar com outros olhos para as mulheres que andam na vida/morte.
E lembrar-me desta música que ouvi uma vez num filme.
"Pelas ruas de uma cidade sem nome" é uma novidade (em e-book) da
Podem comprar aqui
1 comentário :
Não sei porque se continua a duvidar dos novos e desconhecidos autores portugueses. Há que ler primeiro para depois dizer NÃO! Este livro deveria, como diz, estar nas prateleiras das livrarias para que todos possam fazer a sua escolha. Este livro é muito bom, muito bom, mesmo.
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