terça-feira, 27 de setembro de 2016

Opinião "Viver sem ti"


Reencontramos Lou em...bem, onde eu não a esperava encontrar. 
Deixámos Louisa em Paris, com uma recém descoberta força e um novo caminho para andar. Mas o inevitável acabou por acontecer, o estado de normalidade irreal do "é possível ser feliz sem Will Traynor" abate-se sob Lou como uma chuva torrencial num céu que sempre teve algumas nuvens cinzentas. Desde o fim de "Viver depois de ti", sem Will, sem contacto próximo com a família, sozinha numa cidade grande e sem perspectivas de futuro, quem é que não se deixaria abater?
Quem não cairia fundo? 
A questão é....quão fundo ?

Jojo pegou na nossa personagem colorida e deu-lhe um degradé de luto. As roupas que são a sua imagem de marca estão arrumadas e as perspectivas de futuro que se avizinhavam depois de Paris são um oásis num deserto que do qual Lou arranja mil desculpas para não beber. 
No entanto, fiel a si mesma e leal aos que ama, Lou vê-se metida numa nova aventura, num desafio capaz de virar a vida de alguém do avesso (e nem sempre de uma boa maneira)

"O que faria Will?"

Muito mais que uma presença mas muito menos presente do que pensei, o carismático Will continua a ser o elemento motor, uma cola que por mais antiga e estranha que seja, ainda liga as personagens entre si.

E será que "Viver sem ti" é fácil?
Não, nada é fácil. Mas tudo se aprende, tudo se reconstrói, mesmo sem se esquecer quem um dia foi o mundo ou levou uma parte dele consigo.

PS: eu tinha lido, na altura em que o livro saiu em inglês, que alguém algures tinha dito que o livro não trazia nada de novo, que até era um monstro de frankestein literário que colava um bocado daqui, um bocado dali, especialmente de uma certa história que começa como este parágrafo e acaba em I Love you. 
Estarei eu tão habituada aos monstros que já não os vejo? Será que a memória me engana e nunca li nada disso? Ou o pessoal gosta simplesmente de criticar?

Eu fiquei deveras surpreendida com "Viver sem ti", especialmente porque levava o pé atrás devido a uma crítica que supostamente li. 
Lou, mesmo que em marca de água ao longo de grande parte da história devido ao momento que vive, é fortemente compensada e devidamente acompanhada pelas cores mais verdadeiras das personagens que a rodeiam, pelos seus desgostos, revoltas, fidelidades, descobertas e revelações.

Lou deixa-nos aqui mas nós não podíamos ficar mais contentes de a ver partir.
Para mim, ver a sua história chegar ao fim, é o mesmo que me despedir de uma amiga em quem secretamente me revejo e com quem instantaneamente travei amizade.

Vai Lou...vive intensamente :)
E que todos encontremos a coragem de fazer o mesmo.

E para quem ainda não teve oportunidade de ouvir com atenção a banda sonora da adaptação do primeiro livro, façam-me um favor, cliquem no play na próxima caixinha. 
De nada! :D


Os livros de Jojo Moyes são uma grande aposta

Relembro a opinião ao primeiro livro "Viver depois de ti"

2 comentários :

P.A. disse...

Eu adorei o primeiro livro. Li-o antes de se começar a falar no filme e achei maravilhoso. Em relação a este, estou um pouco de pé atrás. Desconfio sempre quando os escritores começam a bater na mesma tecla e tenho medo de ficar desiludida.
Estava a pensar se queria mesmo ler este segundo livro. Podia fingir de conta que não existia e a história acabava no anterior. Com a tua opinião fiquei com um pouco mais de vontade de ler.

Beijinhos

Márcio Fontoura disse...

Devo dizer que adorei o primeiro livro, "Viver depois de ti", mas continuo a achar que o segundo, "Viver sem ti", fica muito aquém do esperado.
No primeiro, a Lou levava uma vida banal até que conhece o Will. Após ele, a sua vida transfigura-se completamente, com vontade de viver a vida e apostar em si e no seu futuro.
O que é que encontramos no segundo livro? Continua com uma vida banal a trabalhar no bar do aeroporto. Depois cai do terraço, conhece o paramédico e blá, blá, blá... Acaba por ir parar à América.
Chamam a isto a continuação de "Viver depois de ti"? Em que é que a vida da Lou mudou após o Will?
Não deixa de ser um bom livro, até porque também gostei bastanta da história, mas, como continuação do anterior, teria de ser bem diferente.
Isto é apenas a minha opinião. Há divergências, com certeza, como em tudo na vida.

Obrigado