"...tinha procurado no dicionário. Ela sabia que se uma mulher perdesse o marido, havia uma palavra nova para descrever o que ela era: era agora uma viúva. Um marido tornava-se viúvo. Mas se um pai perdesse um filho, não havia um nome especial para a sua dor. Continuavam a ser a mãe ou pai, mesmo que já não tivesse qualquer filho ou filha"
Que óptima leitura :)
Personagens ricas, um narrativa belíssima, descrições pormenorizadas que nos transportam para um cenário que tem tanto de edifico como de aterrorizador e uma questão moral que toca mais fundo quem tem filhos e quem está disposto a tudo para os ter.
Conhecemos Tom Sherbourne no pós guerra. Depois da sua cota parte de horrores, tudo o que mais quer é um lugar pacifico e organizado para passar os seus dias e ter sido destacado para o posto de faroleiro em Janus Rock parece-lhe o rumo certo para uma vida que podia muito bem já ter acabado.
Mas uma série de eventos e pequenas burocracias na escala antes da sua primeira temporada como faroleiro de Janus, levam Tom a conhecer Isabel.
Nascida e criada em Partageuse, terra de portos de pesca e madeireiros, Isabel viu grande parte dos homens saírem para a guerra mas muitos poucos voltarem, incluindo os seus irmãos.
Conhecer Tom intrigou-a tanto quanto a fascinou e desde o primeiro momento sabemos que há algo especial entre estes dois que ao longo de meses e idas e voltas do barco de abastecimento de Janus Rock se escrevem e casam.
Um romance que floresce numa ilha deserta, uma versão racional de "um amor e uma cabana" que tem tudo para dar certo.
Até ao dia em que uma decisão abre uma brecha na carapaça de Tom, para o bem e para mal. Um barco à deriva traz um bebe indefeso, um que eles deviam reportar assim que apareceu mas o isolamento, a dor de quem tenta ter filhos sem conseguir e o amor que sentem, leva-os a tomar a decisão de abafar o acontecimento e fazer daquela criança a que nunca tiveram.
Mas a mentira tem perna curta e a deles, por mais amor e protecção que dêem àquela criança, acabará por ser descoberta.
Uma história completa, complexa, que nos leva a viajar até à Australia num pós guerra em que tudo está muito fresco, em que não se fala do que magoa.
No entanto, é uma história que nos faz questionar, o que faríamos nós numa situação destas? Seguíamos o coração ou a razão?
Estou tão curiosa para ver o filme. Ao longo da leitura fui imaginando o pouco que consegui captar no trailer. Já não consigo imaginar a história sem a presença do Michael Fassbender como Tom, Alicia Vikander como Isabel ou Rachel Weisz como Hannah, a mãe biológica do bébe.
Por isso, deixo-vos ficar aqui o trailer. Aproveitem para darem uma saidinha até ao cinema nesta última semana de Dezembro. O filme estreia dia 29 de Dezembro.
"A luz entre oceanos" é uma novidade
Para mais informações, visitem o site Editorial Presença
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