Ler as primeiras páginas deste livro, com as suas referências ao mundo da Formula 1, foi como uma viagem à minha infância e às tardes de domingo passadas a ver os grandes prémios na companhia do meu pai. Não o fazia pelo interesse no desporto mas pela companhia, embora os carros sempre tenham sido uma paixão que habita num cantinho muito especial em mim. Curiosamente, o mesmo acontece com Mistral, o nosso personagem principal.
O amor pelo mundo dos motores, estejam em duas ou quatro rodas, sempre foi algo que apelou ao coração de Mistral desde pequeno. Não que lhe estivesse no sangue. Filho de pai pescador e de uma mãe de origens camponesas, Mistral fez jus ao nome que lhe foi dado e correu sempre louco como o vento em direcção à aventura. Primeiro como mecânico e depois como piloto.
Mas é no auge da sua fama e sucesso no mundo da F1, que o ficamos a conhecer e vemos a sua vida ficar em suspenso. O acidente é como um catalisador, tudo e todos convergem em volta de Mistral e dos dias que se seguem em volta da sua recuperação.
“Como o vento selvagem” podia ser só sobre a vida de Mistral Vernati, a sua história de amor com Maria Guidi ou com os carros mas é muito mais que isso. Contada em tempo presente e passado, em pontos de vistas que nos fazem ver em Sveva uma brilhante contadora de histórias com especial interligação entre si, "Como um vento selvagem" é um entrelaçado de pessoas e histórias que fazem de Mistral Vernati e da sua vida um ponto de interesse e atracção. Uma lembrança que todos nós percorremos um longo caminho até ao que somos hoje e ao local onde nos encontramos. E que há pessoas e coisas que nos estão destinadas, mesmo que em certos momentos nos pareçam distantes e impossíveis de alcançar.
“Como um vento selvagem” foi originalmente escrito e publicado em Itália num ano particularmente triste para o mundo da Fórmula 1. Em 1994, num acidente no Grande Prémio de San Marino morria Ayrton Senna, uma grande estrela da F1. Tenha sido escrito antes ou depois, “Como um vento selvagem” é uma homenagem aos pilotos, aos mecânicos e a todos os amantes do desporto. Ah, e está carregado de drama :) esta é apenas a minha segunda leitura no mundo da Sveva mas já percebi que ela gosta de deixar ali qualquer coisinha em aberto para que possamos levar as personagens ou um pouco da história connosco depois de fecharmos o livro.
Interessante :)
"Como vento selvagem" é uma novidade
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