"O que é a América para mim depois de percorridos 97 mil quilómetros do seu território num só ano?A confirmação de que qualquer resposta será incompleta e que a literatura (...), é talvez o melhor meio para chegar perto (...)!
O que será para o leitor depois de quase 400 páginas de viagem nos meandros do sonho americano? A confirmação de que qualquer lista de livros a ler está sempre incompleta e que talvez a melhor solução é mesmo continuar a ler!
"A América pelos livros" pode aqui resumir-se, toscamente por mim, em pouco mais de meia dúzia de palavras que encerram em si mesmas complexos problemas sem solução à vista, são elas: estranheza, medo, imigração, diferença, igualdade, sucesso, discriminação e o que envolve o tal «sonho americano».
De meados de 2016, já em época de eleições, até à vitória e chegada de Trump à Casa Branca, Isabel Lucas percorre quase 100 mil quilómetros em território americano, em busca talvez do intangível: encontrar a América dos livros e confrontar a palavra escrita com aquelas que troca com pessoas, aqui e ali, com as quais procura respostas para essas palavras/questões complexas. O sucesso, o sonho, a igualdade, o racismo, a guerra, o terrorismo e o medo, pautam conversas que suplantam os livros e os seus autores; a tradição e a história; o povo e a origem, e tentam justificar as últimas resoluções políticas.
O livro de Isabel Lucas é para ser lido ao sabor de inúmeras sugestões de leitura que nos revelam uma América como uma imensidão geográfica, um colosso de diferenças e a inevitabilidade do caos. Se a paisagem nuns locais esmaga pela aridez e mistério da Natureza, noutros espartilha o indivíduo na invisibilidade das grandes cidades, autênticos impérios de betão e de um mundo obscuro, onde impera um outro tipo de brutalidade.
"Parar para ver revelou-se uma impossibilidade. Era ir, deixar-me levar entre a multidão e perceber que ficar perdido, sentir-se perdido, não é necessariamente mau."
Parar de ler este livro também se revelou impossível. É preciso ler, absorver, reflectir e ir anotando; sabendo desde cedo que iremos pegar em todos os livros pelos quais este livro viaja e voltar a cada um destes capítulos como que para conversar sobre os livros lidos.
O livro de Isabel Lucas é para ser lido ao sabor de inúmeras sugestões de leitura que nos revelam uma América como uma imensidão geográfica, um colosso de diferenças e a inevitabilidade do caos. Se a paisagem nuns locais esmaga pela aridez e mistério da Natureza, noutros espartilha o indivíduo na invisibilidade das grandes cidades, autênticos impérios de betão e de um mundo obscuro, onde impera um outro tipo de brutalidade.
"Parar para ver revelou-se uma impossibilidade. Era ir, deixar-me levar entre a multidão e perceber que ficar perdido, sentir-se perdido, não é necessariamente mau."
Parar de ler este livro também se revelou impossível. É preciso ler, absorver, reflectir e ir anotando; sabendo desde cedo que iremos pegar em todos os livros pelos quais este livro viaja e voltar a cada um destes capítulos como que para conversar sobre os livros lidos.
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