quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Opinião "O Último Adeus"

Escrever uma critica sobre "O último adeus" de Kate Morton não é fácil, especialmente quando o lemos nas férias do natal e estamos a preparar a nossa opinião mais de um mês e tal depois. Sim, eu sei, não muito inteligente ou prático de minha parte mas é o que dá ser molenga.
No entanto, Kate Morton conseguiu, com.meia dúzia de capítulos, converter-me à irmandade das devoradoras dos seus livros.
A mestria com que entrelaça romance, mistério, casos policiais e descrições idílicas que nos transportam no tempo, é simplesmente espectacular.
Ler "O Último Adeus" foi para mim dizer "Olá Kate, ainda agora a conheci e já sou sua fã"


Conhecemos Sadie Sparrow a apanhar cacos de si própria após ter sido "convidada" a tirar uma férias obrigatórias do seu trabalho de investigadora na Scotland Yard. Habitualmente caracterizada como metódica, eficaz e implacável, Sadie deixou-se afectar por um caso que lhe toldou o julgamento e a ética profissional.
De modo a fugir de Londres, do problema criado no trabalho e de uma parte da vida pessoal que a andava a perseguir, Sadie dirige-se para a Cornualha em busca de distanciamento e de um ombro amigo que sempre pôde encontrar no avô.
Mas mais que correr e ver as ondas na praia, a alma de investigadora de Sadie não descansa até encontrar algo que ligue as sinapses e a mantenha ocupada.
E assim, meus senhores e minhas senhoras, entra o recheio saboroso no requintado bolo que é este "O Ultimo Adeus".

A abandonada propriedade de Loeanneth encerra em si um crime por resolver, um desaparecimento que abalou a família que lá vivia, os Adevane, que décadas mais tarde se resume à reservada Alice, escritora de dezenas de policiais de sucesso, e à sua irmã.
O mistério do desaparecimento do seu irmão Theo, na década de 30, nunca foi resolvido mas agora, 70 anos mais tarde há uma investigadora a fazer incidir uma nova luz sobre o caso.
Será que se vai descobrir o que realmente aconteceu a Theo para desaparecer numa das noites mais movimentadas do ano sem que ninguém desse por ele?
Ou será que a história que acumulou poeira durante 70 anos não deve ser desenterrada novamente?

Gostava de contar mais mas isso iria fazer perder a magia que esta historia encerra.
Cheio de personagens riquíssimas, mulheres individualmente únicas e fortes, cada uma no seu tempo, já que a história viaja entre a década de 10, 30 e nos primeiro anos do novo século.
E oh meu Deus, como somos transportados através da visão única das personagens, do tempo e das descrições de locais e pessoas que nos rodeiam.
Se fecharmos os olhos estamos em Loeanneth a caminhar pelos jardins bem cuidados e repletos de flores enquanto enquanto família Adevane repousa na relva, ou numa noite fria em plena guerra quando decisões de vida ou morte são tomadas em segundos ou na mente dos vários intervenientes da história, que ao longo de 615 páginas trazem até nós um dos melhores livros que li no decorrer de 2015.

Acreditem, já li boas histórias, de vários géneros, especialmente romances mas este, este deixou-me completamente rendida. Kate Morton é uma maestrina a contar histórias, capaz de encaixar num só livro tantas histórias, tantas personagens cativantes e aquela quantidade magnífica de surpresas que nos deixam presos até ao fim e quando lá chegamos, não há outra maneira de terminar que não seja com um sorriso e a vontade imensa de fazer com que meia dúzia de pessoas à nossa volta leiam o livro.
Que é exactamente o que eu fiz e o meu exemplar já anda a mão em mão entre familiares e amigos.

Claro que agora tenho imensa curiosidade de ler "Amores Secretos" que já tinha ficado na wishlist quando foi lançado por cá algures em 2014.
Quem já o leu?

"O Último Adeus" é uma aposta

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