Fraturada por dentro, única por fora.
O mundo não pode saber que Kyla já não é apenas a reiniciada especial que consegue vergar as regras pré estabelecidas aos seus pares. Para o mundo oficial, Kyla é diferente e está sob vigilância desde que o seu melhor amigo foi levado pelos Lordens. Para o submundo da revolução ela é a peça chave do jogo que terminará com a tirania Lordem.
Mas em quantos tabuleiros Kyla pode ser peca principal sem acabar estilhaçada?
E quando Kyla começa a jogar o seu próprio jogo, que truque mágico a vai salvar das mãos que lhe querem fazer mal?
"Há tantas ameaças para as quais olhar por cima do ombro, que devia instalar um espelho retrovisor para não as perder de vista"
Com o fim de Slated conhecemos os lados de Kyla que a tornam especial, a sua capacidade de recordar quem era, o que fazia, os princípios que defendia mas nem sempre o que julgamos ser a verdade é o que realmente aconteceu.
Em "Fractured", o segundo volume da trilogia, reencontramos Kyla dividida em fracções que a tornam o todo que é hoje. Mais do que nunca, Kyla encontra-se numa encruzilhada, sem saber em que lado depositar as suas crenças, a sua lealdade, os seus pensamentos sobre o que certo e errado, o que é real do que é fabricado.
Se por vezes já é difícil viver com uma só personalidade, a nossa, como será viver com 2 e meia?
E se a personalidade alfa não for a melhor e mais correcta? E se a personalidade dominante se torna, aos olhos do presente, um lado abominante e que Kyla é incapaz de aceitar?
Pior, quando nem sequer podemos confiar em nós mesmo, em que confiamos?
Mais que a predominância da personalidade que o reinicio não conseguiu apagar, está o desejo de fazer o correcto, pelas pessoas que a acompanharam sempre mas também por quem ainda agora entrou mas já tem um grande impacto na sua vida, como é o caso de Ben.
Mas existem outros factores humanos que vão exercer pressão na tomada de decisão de Kyla e é essa dualidade de sentimentos, entre a pessoa que era e a que ainda agora começou a ser, que nos faz ficar sentadinhos na beira do sofá ao ler mais um capítulo.
"Fractured" sobe ainda mais a fasquia ao deixar-nos sem saber em quem confiar, que personalidade de Kyla vai transparecer em cada cena e o que realmente aconteceu para ela estar onde está, reiniciada. Afinal qual é a verdade que se esconde no passado de Kyla e das pessoas que foi anteriormente? Até que ponto ela é quem dizem ser?
E curiosamente lembrei-me desta música...
Uma história complexa, rica em personagens que têm muito mais para mostrar do que a superfície polida que deixam transparecer ao mundo, a série Slated conquistou-me por completo e já só quero ler o terceiro, saber como acaba, que papel decide Kyla ter nos acontecimentos marcantes do seu país e quem é que afinal ela realmente é.
A série Slated é uma aposta
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