Num país onde o erro não tem perdão e onde um acontecimento marca uma vida inteira, quem julga é rei mas os reis também tombam.
Diz a história que, por vezes, a mais pequena centelha ateia o maior dos incêndios.
E um acto de compaixão numa sociedade fria pode ser exactamente aquilo que seria necessário para "descongelar" os corações do povo.
Conhecemos Celestine North no auge da sua perfeição, no centro da sua vida idílica de menina bonita, aluna brilhante, namorada querida e filha modelo.
Lógica por natureza, Celestine compreende e rege-se pelas regras da sociedade em que tão bem se insere mas quando um evento a faz considerar a justiça e o poder instituído, a nossa heroína deixa que a mancha dos renegados pela sociedade a afecte.
Num país não identificado mas claramente europeu, vive uma sociedade fechada que adoptou um modelo de exclusão de todo e qualquer individuo que quebre as regras, que comete erros, que prejudica os seus ou a sociedade.
Esses renegados são marcados como imperfeitos. Párias de sociedade, vexados em praça pública, perseguidos, controlados e limitados a um sem número de regras. Cabe à Guilda e aos seus juízes, encabeçados por Craven, preservar o estado imaculado e perfeito que o pais atingiu e ao mesmo tempo eliminar as ameaças perpetuadas por imperfeitos.
Mas no dia em que umas das suas mais promissoras cidadãs do futuro se vê no banco dos réus por algo tão simples como um acto de compaixão para com um velho doente, o curso da história sofre mudanças de desfecho imprevisível.
Será Celestine um peão ou a cara da revolução por uma mudança mais que necessária na sociedade?
Poderá a mão da Guilda ser toda poderosa nas suas decisões ou haverá já quem esteja preparada para a cortar?
Poderá a perfeição ser a resposta para um futuro melhor?
Fiquei deveras surpreendida quando vi esta novidade. Não são muitos os livros que tenho lido da Cecelia mas tinha plena certeza que nenhum deles se encaixava nesta categoria de distopias e young adult. Achei a premissa interessante. Sou contra a perfeição mas compreendo a ideia de afastar quem más decisões tomou em prole de um futuro melhor, mais livre de (tantos) erros. No entanto, a mão soberana não é livre de defeitos quando não há ninguém que a julgue.
Em suma, confesso que gostei deste primeiro capítulo da série de Cecilia Ahern do mesmo nome que o livro.
Sinto e espero estar enganada, que o próximo livro pode trazer aquilo que sempre me chateou um pouco nas trilogias YA...o triângulo amoroso.
Espero que a autora saiba dar a Celestine uma visibilidade pela força, pela combinação única das qualidades que a tornavam perfeita e aquelas que a marcaram mais do que uma vez como imperfeita.
Somos todos umas combinação do bom e do mau, porque haveria ela de ser diferente?
"Os Imperfeitos" é uma novidade
Para mais informações visitem o site Editorial Presença
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