Quando mais alto subimos maior tende a ser a queda.
Num mundo que vive nos píncaros da sua evolução tecnológica, que variável senão a humana, para arruinar e descontrolar tudo?
Em "O Milésimo Andar" conhecemos a Torre, a personagem silenciosa e imponente que sem querer acaba por segmentar a nossas personagens e o seu mundo.
Um monstro de ferro numa Nova Iorque que só mantém riqueza e prestígio na vertical, a Torre alberga a nata da sociedade e todas as abelhas operárias necessárias para a colocar a funcionar.
Separados por centenas de andares, com discrepâncias sociais marcadas, o mundo destes personagens acaba por se interligar de uma maneira que só pode acabar em tragédia.
Quando toda a gente caminha perigosamente perto do precipício, quem será que cai primeiro? Quem sempre viveu lá no alto ou quem ousa subir acima das suas capacidades?
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Ao seu lado, sempre fiel e amiga está Eris. Confortável com a sua vida de socialite, Eris sente a Torre abanar e cuspi-la para os andares mais baixos quando um segredo de família a afasta do mundo que sempre conheceu e que agora não a reconhece.
Mais abaixo, em eterna desvantagem pela sua secreta inveja e falta de auto confiança está Leda, que tem tudo para ser tudo mas mesmo assim não lhe chega. E quando deixa o namorado e companheiro de "mocas" Cord, é no irmão de Avery, Atlas, que conscientemente (alterada) encontra a solução para os seus problemas.
Muito mais a baixo, socialmente e na Torre, encontram-se provavelmente as minhas personagens preferidas, Rylin, Watt e Nádia.
Rylin é uma lutadora. Trabalhadora do antigo metro, órfã e cuidadora da irmã, vê no trabalho doméstico em casa do riquinho Cord a única solução para fazer frente às despesas, até que um acordo de negócios se torna em algo mais, algo que não deveria acontecer no seu mundo e que o coloca de pernas para o ar.
E Watt é o génio que ilegalmente criou um chip ao qual chamou Nádia e que o ajuda em tudo, desde simples engates em bares até hacks a entidades oficias. Mas quando sem querer o seu mundo se embrulha com o dos pisos superiores, Watt percebe que há momentos que as máquinas não conseguem ultrapassar e compreender a complexidade humana.
"O Milésimo Andar" tem duas mãos cheias de personagens que demoramos um pouco a reconhecer, uma história que nos leva a tentar descobrir "quem?" ao longo e toda a narrativa e toda a as características para ser uma série digna de ser seguida se andasse a passar na TV mas como comentei com uma das nossas seguidoras, gostei mas não amei. Parece que é muita coisa para um livro só. Sim, sim, sei que é uma série e que continua :)
No entanto, o acontecimento que nos deixa em suspenso no início e cuja resposta nos deixa meio surpreendidos no fim, é mais do que razão para querermos saber o que acontece no próximo volume.
Conseguirá a Torre sobreviver como a conhecemos ou o mundo destas personagens ir todo desmoronar?
Uma novidade
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