domingo, 4 de junho de 2017

Opinião "A Rapariga de Antes"

Se as paredes falassem...
O que diriam as do N.1 de Folgate Street?


Linhas rectas, paredes imaculadas, escadas que parecem subir para o infinito, tripla camada de isolamento acústico, inteligência domótica que se ajusta aos gostos da pessoa mas também a educa a cada momento que circula no interior. O N. 1 de Folgate Street é uma casa na vanguarda, com tudo para dar ao utilizador (vulgo morador) uma experiência de vida que o torne melhor.
Mas o N. 1 de Folgate Street é um mistério tão grande como o seu criador e consequentemente assim o são os seus anteriores inquilinos.
Quem haveria de querer morar num sítio tão austero e limitador?
Quem não mataria por um lugar tão esplêndido e único? 

Numa narrativa contada a dois tempos conhecemos a anterior e a actual inquilina.
Ambas desejosas de cortar laços com recentes acontecimentos traumáticos, vêem no N. 1 de Folgate Street um porto seguro e um instrumento de melhoramento pessoal, mesmo quando a pessoa que se começam a tornar lá dentro esteja mais a ser moldada que auto-transformada.
Que papel tem Edward Monkford,o arquitecto e dono de N. 1 de Folgate Street?
Que segredos esconde na sua controversa obra? Será esta a última morada dos seus maiores segredos?

"A rapariga de antes" leva-nos pelo passado e o presente, a descobrir segredos, a apontar dedos, a tecer conspirações e a ser surpreendida a cada porta aberta.


O que será que aconteceu a Emma, a rapariga de antes?
Poderá uma casa virar-se contra os seus ocupantes?
Será que somos nós que escolhemos uma casa ou ela que nos escolhe, e se não formos aptos para ela, nos expulsa?

"A Rapariga do Antes" consome-se em horas, num cómodo virar de página impulsionado pelo espírito "preciso de saber o que acontece".
Mesmo se o fim não for o tinham em mente, garanto-vos que até lá vão maquinar argumentos para dois ou três livros assentes na mesma premissa.
Eu sei o que fiz ;) 

Boas leituras!

"A Rapariga de Antes" é uma aposta

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