sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Opinião "Extremo Ocidental"

Há livros que nos caem no colo sem contarmos e "Extremo Ocidental" foi um deles. 

Pela altura do seu lançamento (2016), chegou-nos uma cópia por cortesia da editora Elsinore mas por questões de preferências, o exemplar acabou por ir parar à outra metade desta casa literária. Dissecado, comentado e levado de viagem, esse exemplar ainda lá está na estante e o que eu acabei por ter como companhia foi encontrado num cafezinho pitoresco que em tempos foi uma antiga estação de comboio na linha do Vouga e que agora é a casa de partida para uma volta de bicicleta na ecopista. Sem querer, este livro partiu comigo e juntos rumámos ao Norte de Portugal e ao local do Capítulo 1 -  A Ilha de Insua, Caminha e a fria, ventosa e desafiante Praia do Moledo.

Calma, não vai sair daqui uma roadtrip com "Extremo Ocidental" como guia. O nosso encontro foi apenas um acaso do destino e calhou as nossas coordenadas se alinharem.

Por escrito percorri estes mais de mil e tal quilómetros de costa a visitar sítios onde nunca fui, a reencontrar os areais que conheci toda a minha vida e a compreender que somos um país cheio de locais, histórias e pessoas interessantes para conhecer.

De norte a sul mergulhamos nas praias e nas histórias, quase que nos sentimos como se ali estivéssemos


e alguém sentado ao nosso lado, a sentir o mesmo sol e o mesmo vento, nos contasse tudo sobre si e o local em que nos encontramos. É assim, a saltitar costa abaixo e indo até Marrocos, que ficamos a saber que nunca houve um pessegueiro lá na ilha e que existem parques de campismo onde não se acampa.

Este "Extremo Ocidental" permite-nos conhecer um bocadinho mais da alma do nosso país, da sua geografia e a sua gente. Se antes falei de roadtrip em tom de brincadeira, aqui fica a sugestão:

Percorrer a costa de Norte a Sul de carro, mota, carrinha ou caravana (vá vou deixar o a pé e de bicicleta de lado sem ser contra) é uma óptima sugestão para as vossas próximas férias. Com este e outros livros como companhia, quem sabe não ficam a conhecer um lado de Portugal que desconhecem.

E por falar em livros, lá para o meio da Costa, algures antes de chegar a Vieira de Leiria somos presenteados com um episódio hilariante e que já me veio à memória algumas vezes ao longo deste verão, especialmente se vejo alguém sentadinho na sua cadeira a ler como se estivesse na santidade do seu lar. Todo o leitor sabe o pesadelo (mas também o prazer) que pode ser "ler na praia", excepto quando o mar nos prega uma partida ou calhamos numa praia cheia de gente barulhenta.

Boas viagens e boas leituras.

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