Editora: Relógio d' Água
Sim tenho esta edição de 1980 e tal, em segunda mão (ou mais)
A minha opinião:
Caiu-me no colo. Estava a fazer umas trocas quando tropecei no título numa lista de alguém e pensei "porque não?! já ouvi falar tanto neste livro, talvez seja a minha hora".
Não me enganei!
O livro leva-me a pensar que queremos todos algo de transcendente sem saber realmente o quê, que queremos uma coisa que nem sempre sabemos identificar, mas sabemos que precisamos dela como de ar para respirar.
Este é um daqueles livros que se ama ou se odeia. Pela escrita, pela história, pelas personagens e pela loucura, a da narrativa ou dos intervenientes.
Kerouac escreveu "On the Road" a toque de benzedrina e café em apenas 3 semanas, o que realmente se percebe pelo ritmo acelerado e com um travo a loucura que recebi com estranheza no início do livro. Depois entranha-se e vemo-nos intrigados pelas personagens, sim, principalmente pelo Sal Paradise (Alter-ego de Kerouac) e Dean, a loucura em pessoa (inspirado no seu amigo Neal Cassidy).
“Temos de ir e não podemos parar
até chegarmos lá”, disse, um dia, Neal
Cassady. Quando Kerouac lhe perguntou onde iam, respondeu:
“Não sei, mas temos de ir até chegarmos
lá.”
De nada me serve falar sobre a história, apenas digo que este livro agrada a todos os amantes de viagens, da divagação, da loucura de querer chegar a qualquer sítio, mesmo sem saber o destino.
Não é livro para todos, haverá com certeza gente que o odeia porque não o entende, acha-o uma confusão de ideias e momentos, até o deve achar uma tremenda seca.
Acima de tudo, dá-me vontade de agarrar na mala e partir. Quem nunca pensou, depois de tantos filmes sobre o género, de pegar na mala e no carro e partir pela estrada fora? Quem é que não tem na "wildest bucket list" atravessar os Estados Unidos de costa a costa? Era ter oportunidade e eu fazia-o!
"As únicas pessoas que me interessam são as loucas, aquelas que são
loucas por viver, loucas por falar, loucas por serem salvas; as que
desejam tudo ao mesmo tempo. As que nunca bocejam ou dizem algo
desinteressante, mas que queimam e brilham, brilham, brilham como
luminosos fogos de artifícios cruzando o céu.”
Jack Kerouac