Leitura de férias de Verão 2013
29. Gostaria de o ensinar a escrever, Marcus, não para que saiba escrever, mas para vir a ser escritor. Porque escrever livros não vale nada; toda a gente sabe escrever, mas nem todos são escritores.
- E como sabemos que somos escritores, Harry?
- Ninguém sabe se é escritor. São os outros que lho dizem.
Pego neste mesmo excerto e exerço o meu direito como pessoa com opinião própria e leitora para afirmar o seguinte:
"Joel Dicker é um escritor, um magnifico escritor que me prendeu ao longo do livro com esta história de intriga, onde nem tudo é o que parece e constatamos que toda a gente tem um lado mais escuro, este depende sempre do ponto de vista em que é observado e de quem o vê."
"A Verdade Sobre o Caso de Harry Quebert" é sem duvida um livro que se lê num ápice (mesmo com as quase 700 páginas). Somos simplesmente impelidos pelo desejo de ver esclarecido o mistério:
"Quem matou Nola Kellergan?"
É Markus Goldman, escritor com um único livro publicado que se tornou Best Seller e que agora atravessa um mar de páginas em branco na sua criatividade, que vai iniciar as buscas por conta própria de modo a ilibar o seu amigo e mentor, Harry Quebert. Este foi formalmente acusado da morte de Nola, 30 anos após o seu desaparecimento, quando mandava plantar hortenses em sua memória no terreno à volta de sua casa.
De uma coisa sabemos que Harry não é inocente. Em 1975 teve um romance, platónico ou não, com um jovem de 15 anos. Para começar, isso não joga a seu favor. Pelo menos, mesmo no meu jeito turvo de ver as coisas, nada de mal aconteceu entre os dois. Tudo o resto, todos os outros detalhes sobre Nola, sobre a pequena vila de Aurora e os diversos segredos dos seus habitantes são-nos apresentados ao longo da leitura.
E cada revelação, cada reviravolta, deixou-me ora de boca aberta ou com a folha suspensa a meio virar de página com curiosidade de saber se iria acertar no que se seguia ou que nova descoberta iria ler nas próximas linhas que mudava por completo o rumo da história.
Para mim, que leio poucos livros do género, já fico muito satisfeita quando um crime e a sua investigação me prendem de maneira que até sonho com isso e penso no livro mesmo quando não estou a ler. Sei que quem "come" livros atrás de livros deste género não ficou particularmente agradado com a história de Joel Dicker mas para principiantes como eu este livro é uma óptima história e consiste num bom desafio.
Principiantes que não se assustem com 700 páginas (valem todas a pena).
Principiantes que não se assustem com 700 páginas (valem todas a pena).
"Um bom livro, Marcus, é um livro que lamentamos ter acabado de ler"
Duas pequenas notas negativas sobre o livro:
1º - A referência a Robert Cochonou, entusiasta da volta a França. Ora sendo este um livro centrado na cultura e realidade americanas, acho a referencia uma gaffe. Os americanos, desculpem-me o estereotipo, centro mais na suas vedetas, mesmo as mais efemeras para sequer conhecerem ou considerarem um elemento relacionado com outro país ou envento, como é o caso da volta à França em bicicleta. Joel, nascido na Suiça, deve ver essa expressão como algo comum.
2º As conversas de Markus com a mãe ao telefone - completamente desnecessárias, forçadas até. Fazia lembrar uma comédia com o Ben Stiller em que o querido filho judeu, trintão e bom partido não encontra uma mulher para relacionamento sério.
No entanto, não querem saber quem matou Nola Kellergan?!
Boas leituras!!
1 comentário :
Olá!
Descobri há pouco este blogue e fiquei fã!
Este foi um dos melhores livros que li este ano (e já li bastantes), mas concordo contigo em relação às conversas com a mãe. Pouco relevantes.
Mesmo assim, um livro fantástico onde nem tudo o que parece é!
AF
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