quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Opinião "O mapa que me leva até ti"

Perdi a conta ao número de vezes que me sentei com o intuito de escrever sobre este livro. Já o li em Janeiro e continuo a ter dificuldade em falar sobre ele.
É engraçado como é complicado falar dos livros de que gostamos muito. 
"O mapa que me leva até ti" tem duas características que me prenderam logo com a sinopse: uma viagem e um amor inesperado que nos deixa viradas do avesso.


Ainda antes de ter terminado o livro dei comigo a olhar para as pouco mais de 50 páginas que faltavam e a escrever algo deste género:
"Há livros que passam como uma brisa pela alma do leitor. Pouco incomodam, não levam mais que um breve olhar e rapidamente são esquecidos.
Depois há aqueles são uma rajada de vento. Chegam rápidos e velozes, abanam tudo à sua passagem mas rapidamente seguimos o nosso caminho resguardados e alerta para uma próxima vez.
Mas por vezes, há livros que são ciclones. Ventos loucos que arrancam raízes, derrubam barreiras e levantam casas das fundações e que sem aviso arremessam a alma do leitor para uma turbulência tal que após a sua passagem só lhe resta cair de joelhos e apanhar os pedaços do que ficou.

"O mapa que me leva até ti" ainda não terminou e as minha raízes estão expostas ao vento, as minhas barreiras oscilam e só eu sei quanto pedaços de alma vou ter de apanhar quando chegar ao final. 
Como se escreve sobre um livro que nos faz isto? "

Sim, como se fala sobre um livro que me dá vontade de me meter num avião e ir viajar?
Como se fala de um livro que nos faz sorrir em igual medida que nos deixa com uma lágrima no canto do olho?
Como se fala de um livro que nos dá vontade de saltar para imprevisibilidade de uma nova paixão repleta de altos e baixos?

Eu prometo...vou tentar ser objectiva e não me perder como já fiz nas primeiras 30 linhas desta opinião.

Comecemos por falar de Heather. Em viagem pela Europa, a aproveitar aquelas derradeiras férias antes de entrar na vida adulta, Heather guia a sua vida e a viagem com as suas duas amigas a régua e esquadro. Conhece todas as curvas do seu tour, revê cada detalhe ao minuto e pouca coisa sai do seu controlo.
Já Jack, aquele moreno com um ar super descontraído e viajado, leva a sua viagem ao sabor do vento, da vontade e de um objectivo pessoal que é talvez um dos primeiros passos para que Heather fique rendida ao seu discurso e ao mistério de alguém de quem durante bastante tempo nem sabe o nome todo.
Quando as suas rotas entram em colisão é certo que tudo vai descarrilar rumo a um destino bem diferente do planeado. Noites de álcool e jazz, viagens de barco pela madrugada a dentro, assaltos a jardins e um sem número de momentos carpe diem são um dos pontos que fazem a história de Heather e Jack algo especial.
Isso e toda a força com que somos sugados pela sua viagem, pelas suas discussões, pelo processo de se conhecerem um ao outro e a si próprios.
Contar mais é tirar magia a descobrir esta jornada por vocês mesmos. 

"O mapa que me leva até ti" merece ser lido de espírito aberto, de mochila às costas e com um sorriso nos lábios para o desconhecido enquanto passeamos por um local que tanto nos dá mas que também nos rouba um pedaço da alma com a nossa passagem.
Se estão a precisar de viajar em sair do lugar, leiam "O Mapa que me leva até ti".
Se vos apetece conhecer um amor meio ingénuo, sonhador e capaz de inspirar uma infinita banda sonora, LEIAM "O mapa que me leva até ti".


Acima de tudo, o que mais gostei no livro foi a escrita. ADOREI as palavras de Joseph Monninger. Por vezes leio romances que me dizem pouco. Em que chego ao fim e posso dizer "nem uma página marcada", em que me pergunto "como é possível não ter nem uma frase sublinhada?".
Com "O mapa que me leva até ti" tenho dificuldade em escolher uma frase. Tenho parágrafos, tenho cenas inteiras marcadas.
Como eu disse logo de início, desculpem se começar a divagar.

Nota: este livro é new adult. Gosto de salientar isto porque nem toda a gente está disponível para ler um amor novo, com personagens que têm características do início dos 20's. "O mapa que me leva até ti" não é um amor mais adulto e maduro mas é um bom passo. Imaginem o primeiro filme de trilogia "Antes do amanhecer". Lembram-se desse filme? Este livro seria o equivalente ao primeiro capítulo. E agora fiquei cheia de vontade de rever o filme :) 
E parece uma óptima sugestão para hoje à noite...afinal é dia dos namorados :) 

"O mapa que me leva até ti" é uma aposta


Este livro é uma óptima sugestão de leitura para o Desafio deste ano sob a categoria "Livro sobre viagens ou com uma viagem"

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