Tiago Moita leva-nos a passear por terras, cidades, ruas, monumentos e personagens do meu, nosso, querido Portugal!
Muitas das vezes as descrições são tão boas que me levava a querer ir aquele lugar e ver com os meus olhos o que o autor descreve.
"Repara a fachada do edifício: tem nove janelas, que correspondem aos nove olhos que espreitam o mistério, como indica o poema, Nove, na simbologia maçónica corresponde ao principio da luz divina e é o número dos iniciados profetas. As colunas que vês entre as portas simbolizam os limites do mundo criado; a vida e a morte; o masculino e o feminino."
Gostaram? E se eu vos disser que a descrição se refere à entrada da estação do Rossio!?
Digam lá que agora quando passarem por lá, não vão olhar para a fachada de uma outra maneira!?
Quanto à historia, apaixonei-me por todo o enredo, além de ser uma ode a Portugal e ao povo Português é também uma valorização dos nossos feitos e dos nossos antepassados, não esquecendo também a projecção daquilo que o autor acharia que Portugal é capaz para o futuro.
Tiago Moita consegue remasterizar os mais variados temas, como a Maçonaria, a Opus Dei ou o Clube Bilderberg, mixando-os com terapias como o Reiki e ainda explicações que se socorrem da astrologia. Brinda-nos ainda com mitos e lendas do nosso pais, salientando o passado, mas sem esquecer a actualidade, juntando-lhe assim acontecimentos que revelam um escritor atento e dono de uma crítica social perspicaz.
A meu ver, Tiago Moita reforça a importância de acreditarmos em Portugal e na grandiosidade da Nação. Ao ler senti-me ainda mais Português e a querer que as pessoas o sentissem também.
Vejamos «O Último Império» como um diário de acontecimentos da actualidade, onde nos revemos em cenas históricas repetidas e recorrentes. Um povo que não se valoriza, um povo que esta a ser escravizado por políticos e outras forças que definem o que podemos ou não fazer e que nos rouba o pão de cada dia. No entanto, o autor passa uma mensagem de positivismo e de elevação a uma capacidade superior, que rever no povo português e acaba num futuro que ele deseja para todos. Um futuro sem ódio, sem inveja, um futuro onde fossemos todos iguais, onde o homem atingisse um estado pleno, onde a nossa alma ganhasse força e a nossa força fosse elevada para o bem e para o amor.
Não vou contar mais sobre a história pois perderia a graça para quem a queira ler, mas aproveito para salientar algumas partes, pois quando já estava envolvido na trama, o autor brinda-nos com este pequeno deleite:
"Nada é tão absorvente como o prazer de ler um livro num café ou numa esplanada. Deixar-se levar pelo sabor das palavras ou pela essência do enredo: devorar cada capítulo como quem se deixa dominar pela gula ou por uma noite de prazer; desfiar o fio do novelo dum mistério de uma narrativa deixar-se contagiar pela natureza das personagens; desafiar o tempo com o virar de uma página no intervalo de um café ou de uma refeição frugal".
Gostei também de algumas frases que poderíamos usar numa qualquer manifestação dos dias de hoje, deixo-vos com esta:
"Um líder pode mentir ao povo uma vez, não pode é mentir-lhe para sempre" ...
Uma leitura com o apoio da Chiado Editora
Para ler mais sobre o autor: http://zip.net/bykkqL
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