«Não deveria contar nunca nada», começa por dizer o narrador desta história: Jaime ou Jacobo ou Jacques Deza. E, no entanto, a sua tarefa vai ser precisamente a de contar: contar tudo, até o que ainda não aconteceu. Entre a intimidade do casamento de Deza e as traições mortais da Guerra Civil Espanhola, Javier Marías tece uma história densa e apaixonante, que nada fica a dever aos melhores romances de espionagem. Pelo caminho, como no conjunto da sua obra, tece uma reflexão extraordinária sobre a natureza humana. Até que ponto podemos conhecer realmente os outros? E seremos capazes, nesse intento, de nos salvarmos da febre e da dor?
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