Este título não me passou despercebido. Entre as noticias sobre o seu sucesso no Festival de Veneza, o facto de ser uma novidade Netflix (também conhecida como ferramenta principal do demónio das distracções) e ter à cabeça da história dois megas actores, acho que não havia mesmo maneira de a história me passar ao lado.
À semelhança de Kent Haruf, eu também sou uma grande apoiante das segundas oportunidades, dos romances perdidos no tempo, da crença que não existe idade limite para amar e das história sem fins convencionais.
Addie e Louis são prova disso mesmo.
E por isso, assim num ataque meio maníaco-saudosista de quem não lia nada desde meio de Agosto, devorei o "As nossas almas na noite" em dois bocadinhos.
Viúva e só, Addie ganha coragem de propor a Louis, igualmente viúvo, um acordo de companhia.
Melhor que passar noites em branco ou a ver as horas no relógio enquanto não se consegue adormecer, é ter a presença de outra pessoa ao nosso lado e cair no sono ao ritmo pausado da conversa de almofada.
Alvo de falatório na cidade onde vivem, Addie e Louis criam, à margem das convenções sociais para um novo romance na terceira idade, uma ligação bonita, de apoio e compressão mútua.
Uma história que vai revelando o passado ao longo do desenvolvimento do presente e do selar do futuro.
Mais que algumas coisas que dizem, talvez sejam os silêncios confortáveis que partilham entre si o ponto chave para este novo bem estar que encontram lado a lado. Esse silêncio é algo que sei que vou gostar de encontrar na adaptação deste "As nossas almas na noite" que é uma grande lição para novos e velhos, quer no que toca a nunca ser tarde para voltar a encontrar a paz e a felicidade nos nossos dias, quer pela ideia que Addie transmite.
"Disse-te que nunca mais queria viver daquela maneira....atenta às outras pessoas, àquilo em que elas pensam, àquilo em que acreditam. Acho que isso não é maneira de viver. Pelo menos para mim deixou de ser".
E eu concordo plenamente!
O livro é lançado dia 20, a sua adaptação estreia dia 29 na Netflix.
NOTA: Agora acho que vou abrir os olhos à escrita de Kent Haruf. Andei à procura e só existe traduzido para português "Canto chão" que curiosamente é mencionado neste livro. Probabilidade de encontrar este livro?
Pouca!
Pouca!
1 comentário :
Olha... manda mensagem à Deja lu, com o link e talvez haja lá
ou melhor, vamos lá
mas só levamos uma nota pequena no bolso e deixamos o cartão em casa
https://www.wook.pt/livro/canto-chao-kent-haruf/71377
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