quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

«A floresta do mal" de M. J. Arlidge - Opinião

 


"- Como é que se está a sair?
Apesar de, regra geral, ela não apressar um colega de profissão, Graham Ross estava a revelar-se invulgarmente lento. Ela gostava de desenvolver um trabalho meticuloso, recordando a toda a gente que o Diabo estava sempre nos detalhes, mas, na opinião dela, ele vagueava desnecessariamente ..."

Cruzei-me assim meio ao acaso com este livro e. lembrei-me de não lhe ter dedicado um texto aqui no blogue. E eu sei porquê e este excerto não foi escolhido ao acaso, já que este oitavo volume da saga de Helen Grace desiludiu-me. Não por estar mal escrito, antes pelo contrário, ou mal engendrado como os thrillers a que M. J. Arlidge já nos habitou. Nada disso. Eu é que não gostei das infindáveis suspeitas, dos muitos temas (que estão na moda) sem que se foque numa verdadeira motivação para mais esta ronda de assassinatos em série. A meu ver, Arlidge dispersou bastante, vagueou desnecessariamente... 
E talvez canse o leitor com o levantar de tantos véus. 

No entanto, como page turner que é, tão bem alimentados por capítulos curtos e que deixam o leitor em suspenso, assume-se viciante como os anteriores, mas menos macabro, menos focado e com uma Helen a surpreender por se render (e mais não digo) e isso foi outra coisa pela qual eu não esperava e nem queria para a personagem.  Ainda assim, este autor consegue sempre arrepiar-me pela frieza com que consegue transmitir as sensações dos assassinos. 

"Quando se aproximava das suas presas, quando elas se sentiam exaustas, desesperadas, o tempo parecia abrandar. Conseguia interiorizar todos os detalhes - a angústia nos seus olhos, o sangue na sua pele, as unhas sujas, quando tentavam tocar-lhe, suplicantes. Os segundos pareciam estender-se - era como se visse as setas em câmara lenta, a libertarem-se das suas amarras e a precipitarem-se no ar, antes de se cravarem nas suas presas. Eram esses os momentos que saboreava - o choque o rosto deles, enquanto se esvaía deles o fluído vital. 

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Opiniões à saga de M. J. Arlidge:


    UM, DÓ, LI, TÁ...



                        






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