Crime Perfeito
def: Acto cometido com elevado nível de planeamento e habilidade que nenhuma evidência é deixada e com o qual o culpado não pode nunca ser encontrado ou acusado.
O crime perfeito, um ideal das mentes mais conturbadas que a história já teve oportunidade de conhecer, ganha novos contornos em “As Raparigas Cintilantes”. Quando um assassino não se encontra no mesmo espaço temporal que o horrendo crime que cometeu, como é possível solucionar estes fatídicos femicídios? Que ligação existe entre crimes que aparentemente são isolados e que ocorrem por toda a Chicago ao longo de várias décadas?
À primeira vista NADA mas na mente de Kirby, uma das raparigas que sobreviveu aos ataques, os pontos começam a conectar-se e no final da linha pode estar o que toda a gente procura, uma resposta….
ou a morte.
Fiquei curiosa com este livro ainda antes de ter sido lançado em Portugal. Em Maio de 2013 o Bookdepository (meu antro de perdição para livros em inglês) nomeou-o Livro da Semana. A sinopse prometia e o booktrailer arrepiava.
Confesso que me perdi um pouco com as viagens no tempo mas vou tentar fazer sentido ao que li.
Conhecemos Harper Curtis, o assassino, em plenos anos 30. Um ser miserável, sem escrúpulos que tem a sorte, como que por magia, de encontrar uma casa com características especiais. No meio de um bairro pobre de Chicago, esta casa abre uma fenda no continuo espaço-tempo e leva Harper através de diversas décadas com um único objectivo, matar. Num misto de policial e ficção cientifica, o assassino é impelido pela própria casa para cometer os crimes, para apagar a luz brilhante de determinadas raparigas e virar as costas de volta ao seu tempo deixando para trás o caos e um pequeno amuleto.
Pode-se dizer que tudo começou com a primeira vitima, uma dançarina de cabaret que se “iluminava” com fósforo para ficar dourada e brilhante mas a escolha das vitimas não se tratava de uma reposição da ordem moral. Harper (ou melhor, a casa) escolhe as raparigas especiais, com força de vontade, espirituosas e diferentes na sua própria época. Harper visita-as duas vezes, uma para as avisar do quanto brilha a sua luz interior quando são novas e outra para as apagar de vez.
E se tudo começa com a dançarina cintilante, tudo termina com Kirby “the one that got away”, a que sofreu nas mãos de Harper mas por golpe do destino conseguiu escapar com vida. Desde esse fatídico dia que Kirby (que visualizo sempre como a Abby do NCIS), planeia encontrar o homem que por pouco não colocou fim à sua vida.
E como os crimes perfeitos não existem, há sempre uma falha, uma pequena migalha que permite seguir o caminho e Kirby, uma personagem extremamente completa que é igualmente uma feroz jovem investigadora, vai descobrir o caminho de acesso à casa, a Harper e a espaço perdido no tempo.
Um livro que deve ser lido de rajada, com foco na alucinação demente de Harper, nas observações brilhantes de Kirby e no quanto tudo na vida é um ciclo, até à última página ou último suspiro.
Confesso que não fiquei particularmente satisfeita o que encontrei no total mas a premissa inicial do livro e os momentos na visão de Kriby são extremamente interessantes. Talvez seja eu que não me encaixo com a narrativa mas uma coisa sei, se este for um livro que se torna filme, com estas reviravoltas, viagens no tempo, cenários macabros e personagens marcantes SERÁ ESPECTACULAR!
No entanto, os direito televisivos já foram comprados pela Appian Away, a produtora do Leonardo DiCaprio. Filme, série de TV....tanto faz. Espero que pensem nisso!
Até lá
boas leituras !
Uma novidade