"O Prazer é todo nosso" se o quisermos ter, se não formos cobardes para entrar no sinuoso caminho da descoberta, a solo ou acompanhado.
Lola Benvenutti fala sem papas na língua mas com muita língua à mistura, lá disso podem ter a certeza.
A despertar a curiosidade e a chocar alguém pelo caminho, aqui fica a opinião do Efeito dos Livros.
Se para começar condenam a escolha e o que o livro aborda, ora….problema vosso, mais provável é não gostarem do livro, nem do que vão ler de seguida. Se por outro lado são curiosos como eu, quer pelo livro quer por tudo o que a vida tem de bom para nos oferecer, então fiquem por aqui que a coisa vai aquecer.
Ok, ficaram os que estão realmente interessados?
Boa!
Confesso que pensei e escrevi muita coisa até chegar ao texto que está neste momento à vossa frente. Pensei no tipo de coisa que não pretendo dizer, em opiniões que não pretendo partilhar e em outras tantas coisas mais que podiam chocar facilmente as pessoas. De facto, basta ler algumas passagens do livro para saber que conheço muito boas almas que o fechariam apressadas, coradas e com os olhos em busca de qualquer indício que desse a entender que estavam a ler coisas tão escandalosas.
Se é escandaloso não devia ser, é mais “human nature”, como já dizia a Madonna nos anos 90. O problema é que alguns de nós têm menos contacto com a “natureza” do que outros, quase que podemos dizer que enquanto alguns apenas fazem festinhas nas folhas, os outros rebolam nos arbustos e mergulham de cabeça entre pétalas das flores. :P Mas mais vale pensar que os que estão menos em contacto com esse lado libertador, apenas estejam atrasados e que mais tarde ou mais cedo lá cheguem, onde não sabiam querer estar mas que ao chegarem, se sentem em casa.
Pena é que continue a existir, em pleno século XXI, pessoas criadas num mundo que avançou tanto mas que ainda assim escolhem viver com preconceitos, fechados no seu mundo contra tudo o que seja estranho, fora do vulgar ou diferente.
Mas isso já é entrar por um campo em que eu acabo sempre por discutir com alguém, por isso, vamos falar do livro.
Ora então, venham conhecer a Lola.
Lola Benvenutti, nasceu Gabriela no seio de uma família tradicional e conservadora mas escolheu, (ênfase na palavra ESCOLHEU) ser “garota de programa”, escolheu ser puta. É ela que o diz, não sou eu que a chamo. Na realidade, essa foi a razão que me fez ler o livro, porque Lola fez da profissão mais velha do mundo a sua escolha, não um destino para onde a vida inevitavelmente a empurrou mas uma opção calculada e com um objectivo, o de viver experiências únicas.
Ao longo de 200 páginas, Lola abre a carteira de clientes (muito high profile) para nos falar dos problemas mais comuns que lhe trazem e das soluções que conseguiram encontrar para contornar essas limitações mas também nos conta muitas experiências interessantes, que não deixam de ter algo de “informativo” além de todo o entretenimento descrito. Nota: “interessante” é um adjectivo meu, haverá possibilidade de classificarem algumas cenas como assustadoras, chocantes, nojentas e sim, o já anteriormente referido, escandalosas. Mas como se costuma dizer “não podemos todos gostar de amarelo!”
A primeira parte centra-se nas experiências, nos conselhos, na tentativa de quebrar tabus e barreiras impostas pelo preconceito, quer com a profissão, quer com a liberdade sexual, a nossa e das pessoas que nos rodeiam.
Na segunda parte ela entra num campo mais pessoal. Ok, quase parece ridículo dizer isto depois de ler tanta coisa detalhada sobre Lola e as experiências que viveu, mas vamos ser precisos, falamos da família, do peso das decisões e da escolha de tornar a Lola/Gabriela pública.
No entanto, e embora tenha gostado de ler o livro e o tenha feito com um sotaque brasileiro na cabeça (não dá doutra maneira, gente!), há algo que não bate certo. Em certos momentos, especialmente se compararmos a introdução e os primeiros dois capítulos com os restantes, quase parece que foram escritos por duas pessoas diferentes, uma muito controlada e correcta e a outra mais solta, mais "brega". Numa segunda análise dei comigo a pensar que a diferença entre os momentos mais focados em exemplo/solução do consultório sentimental/sexual que Lola consegue obter dos contactos e as cenas mais descritivas tem de ser marcante, quase como passar da teoria à prática. E se eu bem me lembro da escola, toda a gente preferia as aulas práticas e não importava muito o vocabulário.
Por isso, pego na música da Madonna e junto uma frase que roubo da Lola
“Express yourself, don’t repress yourself”
“O que é preciso, no final de contas é que sejamos honestos com nós mesmos e tenhamos coragem de assumir o que somos e gostamos de fazer, vivendo nossas vidas livres de amarras e preconceitos”
Que mais podemos dizer….aproveitem bem a vida, sejam fieis ao que gostam e que o prazer seja todo vosso (e de quem estiver convosco!)
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