segunda-feira, 18 de março de 2013

A ler... Günter Grass - A CAIXA


Günter Grass em seu ateliê em Behlendorf
"Numa tentativa após a outra", ele queria ultrapassar a fronteira alemã-alemã e se intrometer nas duas eleições, de maio e de dezembro. Foi com essa intenção que Grass começou, em 1990, a fazer suas anotações. Dezenove anos depois – e meio ano após o lançamento de seu livro autobiográfico Die Box (A Caixa) – seus diários daquela época foram publicados: Unterwegs von Deutschland nach Deutschland(Em trânsito da Alemanha para a Alemanha).

Um autor preso ao "vício" de escrever diários e contar os seus pensamentos e acontecimentos. Um homem da política, mas um homem de família, «A Caixa» revela e conta vivências em família em torno de 8 filhos, dando continuidade à sua auto-biografia, polémica e controversa  começada em «Descascando a Cebola»

«Era uma vez um pai, que, por ter envelhecido, convocou os seus filhos e filhas – quatro, cinco, seis, oito, assim eram eles em número - , até que após longas hesitações estes obedeceram ao seu desejo. Estão agora sentados ao redor de uma mesa e desatam logo em amena cavaqueira: cada um por si, uns por cima dos outros, imaginados pelo pai e postos a falar com as palavras deste, contudo renitentes e, apesar de todo o amor, sem querer poupá-lo. Continuam ainda a debater uma questão: quem irá começar?»

Um escrito amplamente envolvido nas crises alemãs, desde as tropas das SS até à queda do Muro, Grass nem sempre é visto com os melhores olhos.
Galardoado com o Prémio Nobel em 1999 e estando traduzido em inúmeros países, amplamente reconhecido pelo seu sucesso ainda tem "este espantoso medo infantil" de emudecer como escritor. O escrito conta já com 86 anos!

Christina Knight, do Escritório Alemão do Livro em Nova York, salienta na sua escrita:
"admira-se nele o fato de ser um bom narrador e sua maneira de escrever possui um ritmo musical que se pode comparar ao jazz".

Mais reportagens sobre o autor aqui.
«A Caixa» é uma edição CASA DAS LETRAS

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