terça-feira, 19 de março de 2013

«Influência Externa» Brad Thor - Opinião

«Influência Externa» é a volta ao mundo pela mão de
Brad Thor. 


Um thriller dono de um ritmo alucinante, com o pronuncio da dura actualidade noticiosa.
Referenciado como tão actual como os cabeçalhos dos periódicos, o enredo à volta de Scot Harvath é isso mesmo, actual, mas igualmente complexo, enigmático e recheado de breves paragens, vidas em suspenso - uma paragem estratégica no final de cada capítulo que absorve o leitor e o obriga a passar a página, mas nunca a desviar o olhos.

Um livro com ideias sanguinárias, mas sem imagens espremidas até ao extremo da violência, mas ainda assim donas de um limiar muito ténue entre o que o nosso estômago por vezes pode suportar. Hamburguês por enquanto, só de vegetais! ;)

Espionagem, jogos políticos, crimes, atentados, explosões, América e Médio Oriente com viagens nefastas por cima do velho continente. Mulheres bonitas, homens charmosos, detectives, policias e milícias, com armamento topo de gama e batalhas por uma guerra que ainda não terminou, mas que o fim já está anunciado.

Entre Roma, Bilbao ou Chicago ficam as ideias de uma viagem, mas o receio do excesso de informação... tal qual reportagem televisiva que tanto nos alicia para conhecer o mundo, como a seguir desejar evitá-lo.
O recurso a personagens odiosas e a cenários a roçar o macabro, mas sempre com o cuidado de uma linguagem bastante cinematográfica, parca como num filme de super heróis, mas sóbria como a de um jornal e sombria como a de um crime por explicar.

Brad Thor é mestre em criar enredos enigmáticos, complexos e céleres que nos precipitam em conclusões intempestivas.
Diligente nas palavras, mas austero com as personagens, a ausência de uma descrição mais detalhada é quase como que se o autor nos quisesse deixar na sombra e nunca revelar nada na totalidade. É como se o próprio enredo assumisse uma posição de espião e nós fossemos sempre os criminosos, de quem se deve proteger a verdade.

*

Na gama dos policiais, Brad Thor é de certeza um autor ao qual voltar, até para confirmar o único senão. No meio de tão vasta panóplia de personagens seria tranquilizante se o autor "chamasse" sempre as personagens pelo mesmo nome... quem leu compreenderá e até confessará que a certa altura é nauseante tanta troca... quem sabe é apenas um teste à atenção e a resiliência do leitor, tal e qual refém!

Recomendo vivamente.
Boas leituras para este thriller causador de insónias.

Uma leitura com o apoio



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