Apelida por uma forte imaginação, ou antes ainda, por uma imaginação invulgar, Patrícia Portela é assim apresentada no Livro do Dia TSF.
O Banquete, foi uma das últimas leituras do Caracol Literário e em breve uma das minhas.
Por isso, não podia deixar passar a oportunidade para divulgar.
Fonte: TSF
O que é que poderá juntar numa mesma narrativa notícias científicas absurdas, a história de uma investigadora em Biologia Molecular condenada à reclusão na sua própria casa e uma assembleia de pássaros, abelhas, aranhas e ventos reunida para discutir o desvario humano? A unir tudo isto está a imaginação inclassificável de Patrícia Portela. Inclassificável porque há nos livros que tem vindo a publicar uma originalidade difícil de catalogar.
Como acontece em textos anteriores, também este nasceu para uma performance da autora, já há alguns anos. Antes de ser uma escritora, Patrícia Portela é uma mulher do palco e essa marca está em praticamente tudo aquilo que escreve. Embora «O Banquete» esteja longe de ser um texto dramatúrgico em sentido linear.
Aquilo a que Patrícia Portela se dedica é a um exercício de reflexão ficcional em torno de algumas ideias filosóficas antigas e sempre atuais, como por exemplo o mito de Fausto, aquele que se troca a alma por uma coisa qualquer. E a pergunta é: o que é que nos leva hoje a vender a alma?
Uma das histórias que se conta em «O Banquete» é a de um casal que cumpre escrupulosamente a obrigação de alimentar uma criança virtual que tem a seu cargo mas que acaba por deixar morrer à fome, por desleixo, o seu próprio bebé de carne e osso.
A ficção tomou conta da realidade.
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«O Banquete», de Patrícia Portela, edição Caminho.
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