terça-feira, 2 de janeiro de 2018

«O Assassino do Crucifixo" de Chris Carter :: Opinião


A par com outras leituras este foi o livro escolhido para ler num ápice, tal como gosto de fazer, nos finais de ano. E foi uma excelente escolha. A leitura foi tão viciante que na manhã de 31 acordei mais cedo só para terminá-lo.
Sou fã dos policiais da Topseller e acredito nas escolhas da editora, ainda assim, sendo seguidora da série criada por Arlidge ainda não me tinha dedicado à deste autor americano, Chris Carter. Mas em muito boa hora o fiz e espero acompanhar as próximas investigações de Robert Hunter.

Em «O Assassino do Crucifixo» temos um policial muito bem conseguido. A acção apimenta-se logo de início, ficando o leitor a saber que os detectives irão ter a vida em perigo e que o assassino irá jogar com a vida deles. Logo de seguida, o leitor recua mais de um mês na narrativa para se deparar com o início dos crimes, ser apresentado ao inspector Hunter que desperta de uma noite na companhia de uma mulher que não conhece e a primeira cena chocante e violenta provocada pelo assassino do crucifixo.

A violência das primeiras imagens que são dadas ao leitor só devem ser desvendadas no acto da leitura e não aqui como spoiler ou demonstração da crueza e a crueldade do assassino, no entanto, a segunda mantêm essa mesma brutalidade, chegando a arrepiar o leitor e fazendo-nos pensar no que virá a seguir. 
Ainda assim, este policial não se alimenta só de cenas brutais, o autor coloca uma parelha de detectives, que conseguem, de uma forma sarcástica, gozarem-se um ao outro e divertirem o leitor, enquanto fazem piadas, mas também quando a acção avança e a violência escala a outros patamares que já os coloca em perigo. 
Para além disso, coloca a vida social de L.A. no centro da acção, juntamente com a droga e o crime organizado da prostituição, que se vai misturar com diversas vidas particulares e em nada envolvidas com esses meandros, atribuindo assim diversas camadas ao livro. E sem esquecer a camada psicológica, seja na explicação, aqui e ali, das motivações para a psicopatia ou a sociopatia e o quanto esse estudo pode afectar os psicólogo criminais; bem como as principais diferenças que separam, em estilo e motivo, os crimes cometidos por homens e mulheres.

O livro tem ainda uma conversa de engate entre Isabella e o detective que fará as delícias de qualquer bom observador que se perde nestas observações amorosas e a descrição de uma morte incrivelmente estúpida que só pode levar o leitor a gargalhadas sonoras. E ainda um cheirinho do Brasil que o autor traz da infância e que colocou no parceiro de Robert, o maçarico Garcia.

Um policial mesmo como eu gosto e que me deixou com muita curiosidade pelos seguintes.


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