quinta-feira, 10 de maio de 2018

Opinião "A última travessia"

Depois de sem número de livros com investigações feitas por polícias e detectives, é bom ver um faro diferente a trabalhar na descoberta de pistas, especialmente sobre um caso arquivado.

Se alguém sabe ser abelhudo são os jornalistas com matérias interessantes em mãos.


Nora Sand trabalha para a revista dinamarquesa Globalt mas tem a sua base em Londres. De conflitos internacionais a entrevistas sobre crimes de guerra, Nora dedica-se por inteiro as temáticas que lhe são atribuídas e aos horário complicados e exigentes que a diferença horária (e o chefe) a sujeita.
No seu tempo livre é uma mulher solteira sem grandes preocupações e que gosta de colecionar malas de viagem vintage. Quando a sua última aquisição lhe revela um segredo escondido, Nora sente despertar a curiosidade que lhe é inerente.


Escondidas na mala que Mora comprou estão fotografias de jovens mulheres. À primeira vista não há razões para suspeitar de nada mas uma fotografia desperta a jornalista que há em si e a memória não a deixa se enganar. Numa das fotos estão Lulu e Lisbeth, duas raparigas que desapareceram em 1985 a bordo de um barco com destino a Londres. O caso destas jovens raparigas foi muito falado na Dinamarca e nunca ninguém conseguiu descobrir o seu paradeiro
Se elas nunca chegaram ao destino, o que nos diz esta fotografia? Quem é o seu autor?
E quem são as outras raparigas nas fotografias?

"A Última Travessia" desenrola um novelo de lã bem intrincado, especialmente graças ao facto de tudo de tudo ter já alguns anos.
Sempre adorei casos arquivados/cold cases, quer a temática, quer a série. Quase que dei por mim a imaginar aquelas passagens das personagens no passado, mais novas e agora, quando o caso é reaberto.


Um conhecido serial killer, um sem número de vitimas por identificar, demasiadas histórias do passado que se interligam e que irremediavelmente nos levam a um final que nos faz ficar surpresas

"A Última Travessia" avança em lume brando mas serve-nos uma personagem interessante, bem construída e credível. Desde a relação com o chefe até às suas skills jornalísticas, Nora constrói um optimo primeiro caso para a sua série.

Só Andreas e o "não mata mais mói" entre os dois é que me irritou um pouco mas somos todos humanos, certo? E mesmo alguém com um assassino em série em mãos não deixa de ter vida pessoal e todos os problemas que lhe são característicos.
E até essa relação enquadra bem dentro deste primeiro livro da série de Lone Theils, uma aposta

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