Quantas vezes nos sentimos sós no meio de uma multidão?
Sei que é um cliché mas no caso de James Sveck é exactamente assim que o imagino.
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James é demasiado inteligente para o seu próprio bem. Viver rodeado de pessoas em quem não temos o menor interesse, faz com que estejamos melhor com os nossos pensamentos ou na companhia de um livro, do que a travar conversas ocas com pessoas só porque tem de ser, só porque temos de ser bichinhos sociais e estar calado na presença de outra pessoa é algo pouco natural.
Na verdade, embora seja uma pessoa calada que julgamos ter até alguma perturbação, James é inteligente e perspicaz embora pouco expansivo, à excepção dos momentos que partilha com a avó, o colega de trabalho ou a psicóloga.
Confesso que de início irritou-me a insatisfação de James. Fez-me lembrar aquele tipo de pessoas (já não quero dizer adolescentes) que dizem não a tudo e todos, optando por escolher a única coisa que nunca ninguém faria não porque seja realmente o que querem mas só para ser diferente, só para não ser convencional.
No entanto, a inconformidade de James é o que realmente pode fazer com que ele seja uma pessoa com um futuro brilhante, ou pelo menos, um pouco mais iluminado do que nos dá a conhecer ao longo do livro. James não está perdido mas precisa de se orientar.
Por vezes todos precisamos de algumas guidelines, alguém que nos ilumine um pouco as ideias, o caminho que temos de decidir percorrer.
No meu ver, era exactamente isso que James precisava, alguém capaz de lhe dar indicações sem decidir o caminho por ele, que apenas indicasse para que lado fica Norte.
Um leitura para alguns adultos "perdidos" e para jovens que precisem de perceber que não estão sozinhos e que o nosso Norte não tem propriamente de ser igual ao dos outros, mas andar à deriva não nos leva a lado nenhum concreto.
Boas leituras!
Uma leitura com o apoio
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