terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Opinião :: Hotelle - Quarto 2

Um ano de vida em comum que Elle e Louis passam fechados num quarto de hotel, alheios ao mundo, afastados da pressão da sociedade e das pessoas que possuem um lugar nas suas vidas. Uma lua de mel permanente, exploratória e mutuamente satisfatória. No entanto, apesar da entrega e da abertura, até que ponto Elle conhece o homem a quem se entrega por inteiro?

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Opinião
Os eventos do passado estão frescos e sair do Quarto 1 para a realidade irá mudar por completo a face deste romance obsessivo e viciante. Um acontecimento muda o rumo das coisas e pela primeira vez no último ano, Elle e Louis são afastado um do outro por forças que não podem controlar.
Nesse momento inicia-se a busca de Elle pela verdade e sabemos que a mente e o corpo de Elle se digladiam, vemos que trava uma luta entre a razão para desvendar os segredos dos irmãos Barlett e o desejo de pertencer a Louis por inteiro, sem reservas. 
Sem querer revelar detalhes sobre as descobertas de Elle que me fazem odiar mais um e continuar a ter alguma desconfiança em relação ao outro, centro-me em Elle e no que nos conta e vive ao longo do livro.
Como mencionei na minha opinião sobre o Quarto 1 " é o seu corpo que está prisioneiro do prazer e da auto-descoberta imposta pelos mandamentos do homem mistério" e mesmo longe, Elle é prisioneira de Louis, física e emocionalmente, visto que o poder que este tem sobre o seu corpo e mente vai além do natural (ou até normal).
Por vezes as cenas mais fortes não são as que estamos a viver no presente mas as que a nossa mente tende em revisitar no nosso passado. No caso de Elle, é o seu corpo que desperta perante a ausência de Louis e só com recordações do tempo que passaram juntos no Quarto 1, este é capaz de atingir o êxtase e proporcionar ao leitor as cenas mais eróticas que tenho lido ​nos últimos tempos. Melhor que espreitar pela fechadura para a vida intima de Elle e Louis, é desvendar, em conjunto com a heroína da história, todo o passado do seu amante, do seu ex-noivo e das pessoas que teimam em mentir e deturpar o passado.

Fiquei insatisfeita com o fim do 1º mas claro, ficou ali o final em aberto para aliciar os leitores a entrar no Quarto 2, que só conhecemos no final deste segundo livro. Permanecemos neste quarto, com conhecimento de uma boa parte dos segredos obscuros que estarão sempre no caminho da felicidade (e da verdade) para Elle. No entanto, talvez por saber que todas as minhas questão serão respondidas no terceiro e último livro, aceito o convite para me sentar na poltrona de veludo ao canto da sala, ao estilo voyeur, enquanto espero para desvendar os segredos que vão levantar o véu sobre o passado e me vão fazer ver a decisão de Elle com outros olhos, talvez sem a achar completamente louca por se meter na toca do lobo (ou devo dizer, lobos) por maior que seja o desejo e a adrenalina de o satisfazer. 

Uma nota:
Quero deambular pela Paris que Elle nos descreve, pelas ruas que palmilhou com Louis. Este livro cria a vontade de conhecer a Paris que vai para além dos postais, mas não tão além que acabe em casas de fama duvidosa no Pigalle onde Elle é submetida a coisas que me fizeram corar e arrepiar (o que é quase um feito em mim!).
Paris, lamento, ainda não é este ano! :) Talvez pela altura de sair o Quarto 3 eu o possa ler sentada nas margens do Sena.

Ficámos à espera que chegue a nossa altura de entrar no Quarto 3.

Uma leitura com o apoio 
 http://efeitodoslivros.blogspot.pt/2013/08/hotelle-quarto-1-opiniao.html

2 comentários :

Helena Duque disse...

Estou deserta por o ler! Depois de ter lindo o Quarto 1, o Quarto dois fica em suspendo de uma forma fantástica!

Beijinhos xx
www.helenaduque.com

ElsaR disse...

E a leitura do Quarto 2 ilumina algumas zonas escuras do passado dos irmãos. Nada é o que parece e as provações que Elle passa desta vez, não são melhores nem piores que as do Quarto 1, mas são com certeza mais intensas.