quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

"Inferno no Vaticano" :: Opinião

Sob os alicerces do maior centro da religião católica jaz um segredo, capaz de alterar a face do mundo como a conhecemos. Desvendar tal mistério aos olhos do mundo, divide o Vaticano! Inclusive, até quem não sabe da sua existência de tal riqueza, pode ser apanhado no caminho e aniquilado.

Sinopse
Há um morto nas catacumbas do Vaticano. Francesco Barocci, curador do Tesouro, é encontrado sem vida na Sala das Relíquias. Foi assassinado: chuparam-lhe o sangue. Há bispos e cardeais em pânico. Um português, o inspector Luís Borges, e uma simbologista, a escaldante Valeria Del Bosque, encarregam-se da investigação.
Um tesouro que todos conhecem e todos querem esconder, uma conspiração que ameaça o Papa, uma sociedade secreta que semeia as igrejas de cadáveres.
São estes os mistérios que o inspector e a simbologista têm de decifrar. Uma batalha cruel, florentina, com mais ouro e sexo do que incenso e mirra.

Opinião:
No centro da religião católica trava-se uma batalha de visões, um conflito de interesses e põe-se à prova a derradeira vontade de Deus quando, pessoas influentes dentro do Vaticano, com acesso a achados valiosos e pergaminhos raros, começam a ser tocados pela morte, uns a seguir aos outros, tudo em nome da continuidade da Igreja como hoje a conhecemos.
Com a primeira morte, ficamos a conhecer Luis Borges, o investigador que trabalha sobre a alçada do Santo Padre, aqui muito descrito à imagem do Papa Francisco. O Inspector Borges é meticuloso no seu trabalho, ao qual dedica por completo a sua vida até ao momento em que, para o auxiliar na investigação, convida Valeria Del Bosque que se junte a ele. Com o decorrer da investigação, tomamos consciência da relação que brota ente o Inspector e a simbologista, que embora seja uma mulher casada, é infeliz na companhia do actual marido.

Quando iniciei a leitura não sabia se me devia inclinar para um policial com romance ou para um romance com laivos de policial no seio da Igreja Católica. O modo como encaramos a leitura de um livro, assim como a ideia inicial com que ficamos após a leitura da sinopse, cria uma determinada expectativa que passamos o livro todo a tentar cumprir.
"Inferno no Vaticano" começa policial com romance mas termina com romance policial, acabando por se focar no desabrochar da relação do inspector Borges com a simbolista, quando eu tinha interesse em saber mais sobre o desenrolar da história no espaço delimitado pelas paredes da Capela Sistina.
Talvez porque estou habituada a elaboradas cenas intimas, pareceram-me forçadas as entradas em cena de momentos mais íntimos entre os dois e a linguagem utilizada um pouco deslocada (talvez o tratamento por você, Doutora ou Inspector não figure no que eu considere indicado para os momentos tórridos a dois, a não ser que este seja o fetiche em questão!)
:)

No entanto, não posso deixar de dar os Parabéns a Flávio Capuleto por, ao longo de uma vida de trabalhos tão diversos, ter finalmente publicado um romance no auge dos seus 71 anos.

Uma novidade

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