Sabem aqueles livros que à primeira vista até nem ligamos muito mas que depois nos apanham completamente desprevenidas?
Este livro apanhou-me na curva, pegou em mim ao colo, correu por uma qualquer rua de Madrid comigo aos trambolhões, sem ter a mínima noção do caminho e depois largou-me numa praça, onde fiquei estatelada no chão a contemplar o céu, tal foi a estupidificação boa que se abateu sobre mim quando terminei a leitura.
Wow!
Pensar que tive este livro no radar de leitura durante tanto tempo com as perspectivas completamente erradas. Nunca pensei que ajustar as minhas ideias pré-concebidas sobre um livro me desse tanto gosto, mesmo quando confrontada com alguns momentos estranhos que vivi ao longo da leitura.
Pior que tudo, e como me acontece sempre, os livros que mais me agradam e mais mexem comigo são igualmente aqueles sobre os quais não faço ideia o que dizer. O que posso dizer de um livro que não anuncia nem metade daquilo que tem para oferecer? Melhor, o que dizer de um livro em que nos fartámos de dobrar cantos? Mais que frases, são momentos, são vislumbres de uma personagem que nem está presente no livro mas do qual ouvimos ensinamentos que nos fazem concordar com um subtil aceno de cabeça, um “concordo plenamente!”
Se tiverem oportunidade de ler “Tudo o que poderíamos ser tu e eu se não fôssemos tu e eu”, façam-no num local que vos permita parar para pensar, para ter um momento em privado com os vossos pensamentos, especialmente no final. Quando terminei o livro, fiquei pendurada naquela última frase. Senti que mergulhei num momento de introspecção, logo seguido de uma derradeira vontade de reler o livro.
Aqui entre nós, aproveitem um dia de sol para ler este livro e ao terminá-lo, contemplem o céu e pensem no quanto somos apenas um pequeno ponto no infinito mas que nem por isso devemos deixar de fazer os possíveis para tornar a nossa passagem por esta vida algo de transcendente.
Sabe bem ler um livro assim !
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