quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Alice Munro é Prémio Nobel da Literatura 2013


Alice Munro foi anunciada hoje como Prémio Nobel 2013
A Academia Sueca distingue aquela que é considerada a mestre do conto contemporâneo.


Alice Munro tem as suas obras editadas em Portugal pela mão da Relógio D` Água, que em 2007 iniciou com «Fugas» 

Críticas de imprensa
Ninguém consegue escrever de forma tão convincente sobre “o progresso do amor” como Alice Munro (…). Surge como um dos colossos vivos do conto moderno, e o seu realismo tchékhoviano, o seu profundo conhecimento psicológico e o seu sentimento instintivo da aritmética emocional da vida quotidiana têm deixado uma marca indelével na escrita contemporânea.» 
The New York Times 

«Munro é habitualmente considerada uma das melhores escritoras vivas. Pode ler-se qualquer uma das oito histórias em Fugas e ver porquê.»
Time 

«Fugas é um livro tão bom que não quero falar sobre ele aqui. Uma citação não lhe faz justiça, nem sequer uma sinopse. A melhor maneira de o fazer é lê-lo (…). O que me leva à simples instrução com a qual comecei: Leiam Munro! Leiam Munro!»
Jonathan Franzen, The New York Times Book Review 

Mais recentemente, a Relógio D' Água publicou «Amada Vida», leia as primeiras páginas aqui (wook)
É um livro de cunho autobiográfico e pode (?) ser a sua despedida, já que são essas as palavras da autora em algumas entrevistas que deu.

«Quem é capaz de dizer a um poeta a coisa perfeita acerca da sua poesia? E sem uma palavra a mais ou a menos, apenas o suficiente.»
Alice Munro, «Dolly», in Amada Vida

A propósito de «Amada Vida», em alguns contos, “narra como algumas mulheres se liberam do peso de sua educação e fazem algo pouco convencional, sem se importarem com as consequências inevitáveis”, como a “dor” e a “decepção”. “Educaram-me para acreditar que o pior que podia fazer era chamar atenção para mim, ou pensar que era inteligente ou brilhante”, frisou.

Munro reconheceu a influência na sua obra de grandes escritoras, como Katherine Anne Porter, Flannery O’Connor, Carson McCullers ou Eudora Welty, bem como de James Agee e especialmente William Maxwell. Os seus relatos centram-se nas relações humanas analisadas através da lente da vida quotidiana. Por isso, e pela sua qualidade, tem sido chamada "a Chekov do Canadá".

Os elogios à sua obra são elevados e a originalidade e realismo dos seus contos são altamente destacados.
O belo e doloroso conto “The bear came over the mountain”, adaptado ao cinema como “Longe Dela”, é mais do que a história de uma mulher com Alzheimer e um marido “compreensivo”. É sobre a vida em si, sobre as diferenças entre os seres, sobre sua face sombria. O conto é de uma subtileza especial e, portanto, rara. 
Ler mais aqui, na Revista Bula (Brasil)

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Nos últimos 10 anos, o Nobel da Literatura distinguiu nomes como o chinês Mo Yan (2012), o sueco Tomas Tranströmer (2011), o peruano Mario Vargas Llosa (2010), a alemã de origem romena Herta Müller (2009), o francês Jean-Marie Gustave Le Clézio (2008), a britânica Doris Lessing (2007), o turco Orhan Pamuk (2006), o britânico Harold Pinter (2005), a austríaca Elfriede Jelinek (2004) e o sul-africano J.M. Coetzee (2003).
Diário Digital / Lusa

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